Sobreviventes do massacre do Hamas no kibutz Be’eri revelam horas de terror vividas durante ataque à comunidade agrícola junto à Faixa de Gaza.
Quando o sono matinal do sabat foi subitamente interrompido por estridentes explosões de rockets, que avermelharam o lusco-fusco no kibutz Be’eri, ainda o dia não tinha nascido, a preocupação não foi grande. Desde que ali se estabeleceram, a 6 de outubro de 1946, num árido terreno no deserto do Neguev, a meia dúzia de quilómetros da Faixa de Gaza, os colonos do Be’eri aprenderam a conviver com os ataques oriundos do outro lado da cerca fortificada onde sobrevivem mais de dois milhões de palestinianos, esmagadoramente na pobreza. Só que, desta vez, Pérola Gaz, de 68 anos, percebeu rápido que a investida era mais séria. A pouco e pouco, numa vertigem de incredulidade e medo, as explosões, os disparos indiscriminados de metralhadoras kalashnikov e os gritos em árabe começaram a escutar-se perigosamente perto do kibutz. No grupo de WhatsApp e na app comunitária foram rapidamente colocadas mensagens desesperadas de alerta: Os palestinianos – do Hamas, veio a saber-se depois – tinham iludido a apertada segurança do exército israelita e entrado no perímetro da moderna e rica cooperativa agrícola onde residiam cerca de mil pessoas.
7 de outubro: “O filme do ataque passa-me sempre na cabeça”
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.