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Musk a acionistas que fogem do Twitter: "Vão-se lixar"

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 30 de novembro de 2023 às 15:11
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Marcas como a Apple, a Coca-Cola ou a Walt Disney retiraram a publicidade paga da plataforma, o que pode significar uma perda de 75 milhões de dólares.

Nas últimas semanas, vários foram os anunciantes a retirar publicidade do X, antigo Twitter, devido a relatos de aumento do discurso de ódio na plataforma. Durante um evento que decorria em Nova Iorque na quarta-feira, 29, Elon Musk, proprietário do X, foi questionado sobre a situação e ao responder atirou: "Se alguém me está a tentar chantagear com publicidade ou com dinheiro, vão para o caralho".

Twitter

Toda a situação foi espoletada porque momentos antes Elon Musk, convidado do DealBook Summit do New York Times, fez referência a uma publicação de 15 de novembro na sua página que afirmava que os membros da comunidade judaica promovem o "ódio contra brancos", acrescentando: "Disseste a verdade". Na quarta-feira, o CEO da Tesla considerou que essa foi a sua pior publicação de sempre, que incluía muitas mensagens "parvas": "O antissemitismo não era a minha intenção".

Este pedido de desculpas originou uma pergunta por parte do entrevistador sobre o possível impacto da remoção de anúncios pagos de marcas como a Apple, a Coca-Cola ou a Walt Disney, o que pode significar uma perda de receitas de cerca de 75 milhões de dólares (69 milhões de euros).

Elon Musk, com uma atitude que já lhe é bastante reconhecida, respondeu: "Não anunciem… Se alguém me está a tentar chantagear com publicidade ou com dinheiro, vão para o caralho. Vão para o caralho, está claro?".

A organização sem fins lucrativos Media Matters publicou um relatório onde demonstra que muitas vezes os anúncios destas grandes empresas aparecem seguidos de publicações nazis. Musk já avançou com uma ação judicial contra a organização, e este tornou-se outro motivo para as empresas se quererem distanciar do X.

Na entrevista, o proprietário do X referiu que "é o boicote publicitário que vai matar a empresa" e garante: "O mundo saberá que foram esses anunciantes que mataram a empresa".

Mais tarde, Linda Yaccarino, escolhida por Musk para CEO do X, fez uma publicação em que descreveu a entrevista de Elon Musk como "ampla e sincera", deixando uma proposta aos anunciantes: "O X é um cruzamento único e incrível entre a liberdade de expressão e a comunidade, que é poderosa e está aqui para o receber."

Elon Musk comprou o então Twitter por 44 mil milhões de euros, em 2022.

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