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CP pediu €170 milhões ao Governo para comboios que só devem chegar em 2023

A CP - Comboios de Portugal quer investir 170 milhões de euros na compra de 22 comboios regionais. Já pediu autorização ao Governo.

A CP - Comboios de Portugalquer investir 170 milhões de euros na compra de 22 comboios regionais, mas as unidades só deverão chegar em 2023, pelo que a empresa terá de continuar a alugar comboios a Espanha.

Greve: CP processa funcionários por não cumprirem os serviços mínimos
Comboio Alfa Pendular
comboio, CP, alfa pendular
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Comboio Alfa Pendular
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"É necessário que a CP invista em material circulante" e, por isso, a empresa "entregou uma proposta ao Governo para um investimento de 170 milhões de euros", que visa "comprar 22 unidades para o serviço regional", anunciou o presidente da CP, Carlos Nogueira.

Falando na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas no âmbito de um requerimento do PSD, sobre a "degradação do material e o serviço prestado", Carlos Nogueira especificou que, destes 22 comboios, 10 são elétricos e 12 são híbridos, podendo estes últimos circular em linhas electrificadas e não electrificadas "para evitar transbordos".

Ainda assim, "os novos comboios só [devem chegar] em 2023 ou 2024, depois de assegurado o investimento e de aberto o concurso internacional", disse.

"Até lá, vamos viver de forma simples e paradigmática", salientou Carlos Nogueira, aludindo ao reforço do aluguer de comboios, como acordado na segunda-feira com a transporta ferroviária espanhola, Renfe, em Madrid.

De momento, "temos 20 unidades alugadas à Renfe para linhas não electrificadas", assinalou o responsável.

A estes acrescem quatro unidades a 'diesel' que chegam no início do próximo ano, "e que precisam de grandes reparações", e uma eléctrica para o serviço de alta velocidade, indicou.

Além desta medida, a CP quer intensificar a contratação na Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), tendo já tido a aprovação de 102 trabalhadores e da integração de outros 40 no âmbito do programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública (PREVPAP), explicou Carlos Nogueira.

"Não há CP sem EMEF", vincou.

Carlos Nogueira salientou ainda que a empresa quer conseguir "mais regularidade e mais pontualidade e menos comboios suprimidos", objetivos nos quais a ação da EMEF é "indispensável".

O responsável voltou ainda a culpar a "aposta dos sucessivos governos no modo rodoviário, em estradas, autoestradas, IP [itinerários principais], IC [itinerários complementares], em autocarros para transporte de passageiros e em camiões para transporte de mercadorias", pelo "estado a que se chegou" na ferrovia.

A seu ver, neste sector, tem havido um "abandono durante décadas" e uma "falta de investimento tempestivo".

"Uma oferta mais fiável e de maior qualidade é o que queremos" e isso "só é possível com uma perfeita simbiose entre a infraestrutura e o material circulante", vincou Carlos Nogueira.

Na segunda-feira,o Estado aumentou em 32 milhões de euros o capital na CP, que passou a ser 3,9 mil milhões de euros, segundo um comunicado da transportadora ferroviária pública à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O aumento do capital estatutário foi comunicado no dia em que a CP e a congénere espanhola Renfe assinaram, em Madrid, um protocolo de cooperaçãoque permitirá à empresa ferroviária portuguesa alugar em 2019 quatro comboios a gasóleo e uma primeira composição elétrica.

O aluguer de comboios pela CP visa suprir necessidades enquanto é aguardado o concurso para a compra de mais composições.

Portugal apenas pode alugar comboios a Espanha, uma vez que ambos os países têm bitola (distância entre carris) ibérica. Portugal ainda usa comboios a gasóleo, pois cerca de um terço da infraestrutura ferroviária portuguesa está por electrificar.

As queixas sobre o serviço prestado pela CP subiram de tom recentemente e o tema já se tornou motivo de confronto político.

Depois da audição de hoje, na quinta-feira é a vez do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, estar na comissão permanente para debater a situação da ferrovia.

CP promete "melhorar drasticamente" serviço em várias linhas a partir de Outubro

O presidente da CP - Comboios de Portugal prometeu hoje "melhorar drasticamente" o serviço prestado nas linhas do Oeste, do Algarve, do Vouga e de Beja, a partir de Outubro, através da substituição material circulante com dezenas de anos.

"A linha do Oeste é complicada, a linha do Algarve é complicada, a linha do Vouga é complicada, a linha de Casa Branca-Beja é complicada... Temos material a 'diesel' com muitos e muitos anos", afirmou o presidente da CP, Carlos Nogueira.

Falando na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas no âmbito de um requerimento do PSD, sobre a degradação do material e o serviço prestado, o responsável assegurou: "Vamos melhorar a pontualidade, a regularidade, todos os níveis de serviço dos comboios. Vamos melhorar drasticamente a partir de Outubro e Novembro do corrente ano, como irão comprovar".

Isto porque, a partir dessa altura, "vamos ter material disponível para guarnecer estas linhas com outra fiabilidade", apontou, aludindo à libertação de equipamentos que estavam a ser usados nas linhas do Minho e do Douro devido à electrificação em curso.

Neste último caso, "com o fim do turismo ferroviário no Douro, que é sazonal, vamos guarnecer essas linhas onde temos sérios problemas", referiu.

"Incomoda-me verdadeiramente esta situação", que "decorre da vetustez do material circulante", reforçou Carlos Nogueira, explicando que em causa estão comboios com 50 a 60 anos.

Na ocasião, o responsável foi questionado pelos deputados sobre vários problemas no serviço prestado pela CP nos últimos meses, entre os quais o da falta de ar condicionado em algumas composições em dias de muito calor neste verão, que obrigou a suspender a venda de bilhetes em alguns casos.

De acordo com Carlos Nogueira, esta é "uma questão tecnológica" que se relaciona com os comboios Alfa Pendular e o seu tempo de uso.

O presidente da CP, também confrontado com questões sobre segurança, considerou que este "é um vector fundamental", sublinhando que "os comboios que estão em condições para circular, circulam".

Ainda assim, "há reclamações [dos utentes] e há problemas, assumimos", indicou.

As queixas sobre o serviço prestado pela CP subiram de tom recentemente e o tema já se tornou motivo de confronto político.

"Diria que na CP está tudo por fazer, mas estamos a fazer o nosso melhor", concluiu Carlos Nogueira.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.