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Luis Rubiales: "Não me vou demitir"

Presidente da Federação Espanhola de Futebol fez declarações após as mais recentes polémicas durante os festejos da conquista do Mundial feminino.

Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol, decidiu que não se vai demitir depois da recente polémica durante os festejos da conquista do Mundial feminino, onde, entre outros gestos, beijou a jogadora Jenni Hermoso na boca. A decisão foi conhecida após uma Assembleia Geral Extraordinária realizada hoje.

Depois de reconhecer que errou e de pedir desculpas, Rubiales referiu que os seus atos resultaram depois um momento de muita emoção, onde acabou por perder o controlo. "Quero dar a minha explicação sobre o beijinho, mais do que um beijo, foi um beijinho. O desejo que podia ter a dar esse beijo era o mesmo desejo que podia ter dando um beijo à minha filha, aqui não havia domínio", tenta explicar Luis Rubiales. "Foi espontâneo, mútuo e consentido. Foi consentido. Tenho uma grande relação com todas as jogadoras e tivemos momentos muito carinhosos nesta concentração. No momento em que apareceu Jenni ela levantou-me do chão e ao deixar-me abraçámo-nos e eu disse-lhe, esquece o penálti, estiveste fantástica neste Mundial e ela disse-me que era um craque, eu disse-lhe 'um beijinho?' e aconteceu."

"Não se trata de posição nem de abuso de poder", assegurou, acrescentando que o beijo foi consentido. Condenou ainda aquilo que, segundo o próprio, alguns meios de comunicação estão a fazer, "promovendo o falso feminismo".

Rubiales lamentou ainda o "assassinato social" de que está a ser alvo e garantiu que vai 'lutar' contra as pessoas que o estão a acusar, entre os quais Javier Tebas, presidente da LaLiga.

Falou ainda acerca da candidatura ao Mundial'2030 e deixou uma mensagem a Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), agradecendo-lhe e garantindo que é algo que continua na sua mente. Além disso, Rubiales convidou Jorge Vilda, o selecionador nacional feminino, a continuar no cargo por mais quatro anos. "Passámos por muito e é algo que mereces muito", exclamou.

"Aqui está a verdade relativamente ao que aconteceu. As pessoas do bem sabem perfeitamente que não há nada mais. É isto que tenho a dizer. Muito obrigado", terminou Rubiales.

Iker Casillas, guarda-redes da seleção espanhola de futebol masculino, foi um dos primeiros a reagir: "Vergonha alheia."

A ministra da Igualdade de Espanha, Irene Montero, também reagiu: "O silêncio não funcionou e também não funcionará desacreditar a vítima, as suas redes de apoio e a busca social feminista pela garantia do direito à liberdade sexual. Só sim é sim."

A vice-presidente do governo de Espanha, Yolanda Díaz, também criticou Rubiales. "O que vimos hoje na Assembleia da Federação é inaceitável. O governo deve atuar e tomar medidas urgentes: acabou-se a impunidade para as ações machistas. Rubiales não pode continuar no cargo."

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