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OMS estuda inclusão de medicamentos para a obesidade na lista de medicamentos essenciais

O pedido para que estes medicamentos sejam considerados foi feito por três médicos dos Estados Unidos e agora o painel de conselheiros vai poder aprová-lo, rejeitá-lo ou preferir esperar por mais evidências.

Medicamentos utilizados para o combate da obesidade vão entrar pela primeira vez para a "lista de medicamentos essenciais" da Organização Mundial da saúde, utilizada para orientar as decisões de compra dos governos de países em desenvolvimento.

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A OMS referiu à Reuters que a alteração vai ser avaliada por um painel de conselheiros durante o próximo mês e a nova lista será publicada em setembro. O pedido para que estes medicamentos sejam considerados foi feito por três médicos dos Estados Unidos e agora o painel de conselheiros vai poder aprová-lo, rejeitá-lo ou preferir esperar por mais evidências.

Ainda assim, se a OMS decidir incluir medicamentos como a Saxenda e o Wegovy, tratamento mais forte da Nordisk, e eventuais genéricos na lista pode ser iniciada uma nova abordagem à obesidade enquanto problema global.

Alguns especialistas em saúde pública têm alertado para os riscos da introdução destes medicamentos para a utilização generalizada uma vez que não acreditam que haja uma solução simples para uma condição tão complexa.

Francesco Branca, diretor de nutrição da OMS, defende que a utilização de medicamentos para tratar a obesidade "é um trabalho em andamento", uma vez que considera que alguns dos componentes destes medicamentos ainda não são usados há tempo suficiente.

Existem mais de 650 milhões de adultos obesos em todo o mundo e aproximadamente 1.3 mil milhões de pessoas acima do peso, de acordo com os dados da OMS. Os dados revelam também que 70% das pessoas obesas ou acima do peso vivem em países em desenvolvimento.

A inclusão foi pedida por professores da universidade de Yale e da Califórniaque consideram que "atualmente não há medicamentos incluídos que visem especificamente a perda de peso para a carga global contínua da obesidade".

Os médicos consideram que embora a lista de medicamentos essenciais inclua suplementos minerais para deficiências nutricionais a falta de tratamentos para a perda de peso representa uma "discrepância" na equidade global de acesso.

A Saxenda é uma injeção diária que já demonstrou ajudar as pessoas a reduzir entre 5% a 10% de seu peso corporal, nos Estados Unidos custa cerca de 415 euros e na União Europeia cerca de 140 euros.

Já a Wegovy é uma injeção semanal que custa mais de 1.150 euros por mês nos Estados Unidos, e permite a perca de 15% do peso.

Ambos os medicamentos são usados há vários anos por doentes com diabetes, eles afetam os sinais de fome e diminuem a velocidade com que o estômago fica vazio, pelo que quem os consume sente-se cheio durante maiores períodos de tempo.

Os países desenvolvidos estão a adotar diferentes abordagens quanto à utilização destes medicamentos. Enquanto em alguns países podem ser prescritos pelo Sistema Nacional de Saúde e estão cobertos em seguros, tal como se trata-se de um tratamento para os diabetes, em outros países apenas podem ser utilizados por pessoas com alto risco.

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