Farmacêuticas dizem que levantamento de patentes iria complicar a produção e distribuição de vacinas. Avisam que "processo longo" de ensaios clínicos, aprovação da vacina e produção em escala "não acontece em 6, 12 ou 18 meses".
As farmacêuticas Pfizer e Moderna e a empresa de biotecnologia BioNTech mostraram-se esta quinta-feira contra o plano dos Estados Unidos de levantamento das patentes das vacinas contra a covid-19. EUA já começaram a analisar a hipótese junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a União Europeia apoia a decisão, apesar da Alemanha se mostrar reticente.
Esta quinta-feira, o CEO da Pfizer, Albert Boula, afirmou ser contra a proposta dos Estados Unidos, indicando que abrir locais de produção de vacinas da Pfizer/BioNTech noutros países que não os EUA e UE iria complicar a produção e comprometer as metas de quantidade de doses produzidas.
Reuters
"Precisamos de concentrar os nossos esforços (nas fábricas já existentes), utilizando a capacidade de produzir milhares de milhões de doses e garantindo que as operações não são interrompidas por anúncios motivados politicamente", disse Bourla. O responsável da Pfizer indica que uma vacina baseada em novas tecnologias, como a vacina contra a covid-19, requer um processo "muito longo" e uma "experiência técnica apurada", acrescentando que são muito poucas as fábricas que têm estas competências instaladas.
O diretor executivo acrescentou ainda que a Índia e a África do Sul, os países que mais têm contestado a existência de patentes de vacinas, não têm nenhuma fábrica com capacidade de produzir vacinas contra a covid-19, não preenchendo exigências a nível de armazenamento e a sua montagem.
Também a empresa BioNTech indicou que a existência de patentes não limitou a produção e distribuição de vacinas contra a covid-19 até ao momento. "As patentes não são o fator que limita a produção ou o fornecimento da nossa vacina. O seu levantamento não aumentaria a produção global ou o fornecimento de doses de vacinas no curto ou médio prazo", disse um porta-voz da farmacêutica.
A BioNTech/Pfizer afirma ter "a capacidade" de produzir até 3 mil milhões de doses ainda este ano e mais de 3 mil milhões em 2022.
Já a Moderna, também criadora de uma vacina contra a covid-19 com a tecnologia de mRNA, diz que acredita que países de todo o mundo vão continuar a comprar vacinas à covid-19, mesmo que patentes sejam levantadas, e que a decisão só iria levantar problemas de produção em escala.
A farmacêutica, que já tinha indicado em outubro do ano passado que não iria impor patentes durante a pandemia, notou uma falta de produção em escala de vacinas por parte de outras farmacêuticas para satisfazer a procura de países - e avisou que o mesmo pode acontecer sem patentes.
"Vão ter de conduzir ensaios clínicos, reunir dados, ter a vacina aprovada e produzi-la em larga escala. Isto não acontece em 6, 12 ou 18 meses", afirmou o diretor executivo da Moderna, Stephane Bancel, numa conferência de imprensa.
O CEO da farmacêutica indicou ainda que teve mesmo de dizer a alguns países: "Lamentamos muito, mas não temos mais vacinas para vocês em 2021."
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Prepara-se o Governo para aprovar uma verdadeira contra-reforma, como têm denunciado alguns especialistas e o próprio Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, num parecer arrasador.
Não foi fácil, mas desvendamos-lhe os segredos do condomínio mais luxuoso de Portugal - o Costa Terra, em Melides. Conheça os candidatos autárquicos do Chega e ainda os últimos petiscos para aproveitar o calor.
Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?