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Vaticano diz que não pode abençoar uniões homossexuais

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 15 de março de 2021 às 17:06
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Documento autorizado pelo Papa Francisco fala da homossexualidade como "uma escolha" e que a Igreja "não pode abençoar o pecado".

O Vaticano fechou a porta às uniões de casais homossexuais. Depois do Papa Francisco ter dado alguns sinais positivos de aceitação destes crentes, um documento oficial, assinado pelo cardeal perfeito Luis Ladaria e ao qual o Papa "deu o seu consentimento", veio por os pontos nos is na relação entre os casais homossexuais e a Igreja Católica.

Tiziana Fabi/Pool via REUTERS

A Congregação para a Doutrina da Fé emitiu uma decisão - umresponsum- em que determina que "a Igreja não dispõe, nem pode dispor, do poder de abençoar uniões de pessoas do mesmo sexo". Esta determinação é uma resposta a "projetos e propostas de bênçãos para as uniões de pessoas do mesmo sexo" que "se estão a difundir a nível eclesiástico".

Estas questão tinha sido abordada no último encontro de bispos na Alemanha e existem também registos de alguns pontos do mundo onde este tipo de bênção estava já a ser dado por representantes da Igreja Católica. A resposta oficial do Vaticano chegou agora e é não.

Ainda assim, a Igreja mostra compreensão pelos casos dos fiéis que pedem estas bênção. "Não raramente, estas propostas são motivados por uma sincera vontade de acolhimento e de acompanhamento das pessoas homossexuais, aos quais se propõem caminhos de crescimento na fé, 'com a finalidade de que aqueles que manifestam a tendência homossexual possam ter as ajudas necessárias para compreender e realizar plenamente a vontade de Deus na sua vida'"m escreve a Santa Sé citando a exortaçãoAmoris Laetitiado Papa.

No documento, o Vaticano lembra que a Igreja "abençoa o homem pecador", mas "não abençoa nem pode abençoar o pecado". Ou seja, as pessoas singulares podem ser abençoadas, mas nunca uma união entre duas pessoas do mesmo sexo, esclarece oresponsum.

E, defende esta postura continuando: "Neste caso, de facto, a bênção teria a intenção não de dar proteção e ajuda de Deus a pessoas individuais (...), mas de aprovar e encorajar uma escolha e um modo de vida que não pode ser reconhecido como objetivamente ordenado com os planos de Deus."

Ao mesmo tempo que fecha a porta aos casais homossexuais, a Santa Sé lembra que "Deus ama todas as pessoas e a Igreja também, rejeitando qualquer discriminação injusta".

O que acontece, explica, por último, a Congregação para a Doutrina da Fé é que a bênção de uma união é um "sacramento" e como tal requer que "aquilo que é abençoado seja objetivamente ordenado para receber e expressar graça, em função dos sinais de Deus inscritos na Criação e plenamente revelados a Cristo Senhor".

Este documento sublinha a manutenção da posição da Igreja, depois do Papa Francisco ter afirmado que apoia as leis civis que protegem as uniões entre casais homossexuais. Em outubro de 2020, Francisco defendia que os homossexuais "são filhos de Deus e têm direito a uma família".

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