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De estudante a estrela do The Voice, como a artista chegou ao novo anúncio anti-aborto do dono da Prozis que gerou indignação.
Filha de mãe portuguesa e pai inglês, Joelisa Campos sempre soube que estava destinada ao mundo artístico. Participou no "The Voice Portugal" em 2020 com apenas 20 anos e surpreendeu os quatro jurados, mas foi na Igreja que entendeu o verdadeiro poder da música e da sua voz.
The Voice Portugal/Divulgação
Nascida e criada em Londres a jovem acabou por vir para Portugal aos 18 anos. "O meu coração sempre esteve cá em Portugal, é o lugar que me faz realmente feliz", disse numa entrevista com a revista MAGG em 2020. "Portugal sempre foi o meu lar, as pessoas portuguesas são simpáticas e têm mostrado muito amor e carinho, tem sido incrível."
Veio sozinha para a universidade onde tirou um curso de marketing, mas na altura a música era apenas um plano alternativo. "Tirei uma pausa para me focar em mim porque a coisa mais importante é estarmos bem para depois conseguirmos ajudar as outras pessoas, eu sinto que o meu propósito é cantar, compor música, atuar para pessoas, ser uma artista", revelou à publicação. "Claro que ser artista tem certas responsabilidades que para mim são importantes, a minha responsabilidade como artista é ajudar as pessoas através do que sei fazer melhor que é cantar, fazer música e espalhar o amor com a música."
Desde cedo a música esteve muito presente na sua vida. Sendo o pai pastor e a mãe uma amante de música, "sempre estive exposta a música e a instrumentos, como a minha fé é muito importante para mim, ganhei desde o início o hábito de cantar com sentimento, sempre foi o meu refúgio".
Foi na igreja onde percebeu o dom da sua voz e a capacidade de inspirar pessoas através da música. À MAGG, Joelisa relembra o momento em que apenas com 17 anos a sua voz teve o poder de dar esperança a uma mulher que tinha perdido o marido e o filho. "Houve uma vez que eu cantei na igreja e no fim do culto da missa uma senhora veio ter comigo, tinha perdido o marido e o filho num acidente e estava completamente destruída, disse que ouvir-me a cantar encheu-lhe a alma com esperança e que por minha causa decidiu continuar a lutar pelo bem da vida".
Mas foi durante a Covid que se sentiu inspirada para seguir o seu sonho. "Deu-me muito que pensar na vida e parece que foram sinais de Deus, eu não parava de cantar, de dançar, de querer ouvir música nos meses que estávamos de quarentena". Foi então que se inscreveu no programa de música "The Voice Portugal".
Congelou a matrícula no curso que estava a frequentar e decidiu dedicar-se na sua totalidade à música. "Sabia que era o momento de me focar na minha carreira", revelou. Na altura cantou o tema Call out my name de The Weeknd e virou as cadeiras dos quatros jurados, Marisa Liz, Diogo Piçarra, Áurea e António Zambujo.
Desde então pouco se ouvir falar dela, até que esta semana voltou à ribalta por ser a voz da campanha antiaborto do dono da Prozis, Miguel Milhão. O anúncio que foi alvo de escrutínio por parte de grupos pró-aborto como a Associação Escolha, ou associações médicas como a Médicos do Mundo, mas também indignação por parte do público geral.
Na canção a jovem canta versos como "sou eco do impossível", "sou um milagre", "sem medo do que vem aí", "sou um guerreiro", enquanto se veem mulheres numa fila para tirar senhas numa clínica de aborto. O vídeo no youtube já conta com cerca de 90 mil visualizações.
As críticas chegaram também a Joelisa que emitiu um comunicado através da sua conta de Instagram a esclarecer que apesar de ter colaborado num anúncio antiaborto, ela própria respeita a escolha das mulheres fazerem o que quiserem com os seus corpos. "Quero deixar claro que não estou a falar contra o aborto ou os direitos das mulheres. Acredito profundamente que essas decisões são profundamente pessoais e devem sempre ser tomadas pela mulher", diz a publicação.
A artista defende que a música não tem o intuito de ser política e apela a que as diferentes opiniões sejam respeitadas. "A canção não é política, é humana. É sobre valorizar a vida sem ditar como alguém deve viver a sua", escreveu Joelisa, acrescentando que "temos de aprender a coexistir com perspetivas diferentes sem nos voltarmos para o ódio"
"Se queremos ser respeitados, também temos de aprender a respeitar os outros, mesmo quando pensam de forma diferente", conclui.
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