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Quem é Elías Rodríguez, acusado de matar dois funcionários da embaixada de Israel?

Homem tem 31 anos, é natural de Chicago e teria ligações a grupos de esquerda. Segundo consta nas suas redes sociais, já havia participado em marchas pró-Palestina.

Elías Rodríguez, um filólogo de 31 anos natural de Chicago e com ligações a grupos de esquerda, é o principal suspeito peloassassinato de dois funcionáriosda embaixada israelita nos Estados Unidos.

Redes Sociais

Natural de Chigado, Rodríguez terá trabalhado com produção, investigação e escrita, segundo o jornal espanhol El Mundo. Na Universidade de Illionois, em Chicago, licenciou-se em Artes, segundo The New York Times.

Durante o tempo em que frequentou o ensino superior participou em marchas pró-Palestina, e há registos desses momentos nas suas redes sociais. Segundo o El Mundo, também as janelas do seu apartamento exibiam posters sobre a Palestina, sendo que um deles faz referência ao assassinato de uma criança palestino-americana em Illionois, em 2023.

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Rastos deixados nas redes sociais mostram, por isso, a sua ligação a movimentos de esquerda, anti-imperialistas e socialistas. No entanto, num comunicado, o Partido Socialismo e Libertação já se distanciou deste acontecimento. "Rejeitamos qualquer tentativa de vincular o PSL ao tiroteio em Washington D.C. Elías Rodríguez não é filiado ao PSL. Ele teve um breve relacionamento com uma filial do PSL que terminou em 2017. Não temos conhecimento de nenhum contacto com ele há mais de sete anos. Não temos nada a ver com este tiroteio e não o apoiamos", lê-se.

Na quarta-feira, dois trabalhadores da embaixada de Israel nos EUA estavam a sair do Museu Judaico, em Washington, quando foram mortos a tiro. Naquele dia, várias testemunhas disseram terem visto Rodríguez perto do museu, ainda antes de ter aberto fogo contra o casal. Acabou por ser detido pelos seguranças quando entrou no edifício. Quando foi preso, Rodríguez gritou: "Palestina Livre", tendo gerado rumores de que levou a cabo um ataque antissemita em resposta à ocupação e ataques massivos de Israel a Gaza.

Segundo a declaração juramentada do FBI, entregue no tribunal federal e citada pelo jornal norte-americano The New York Times, o agora acusado de homicício terá dito aos polícias: "Fiz isto pela Palestina, fiz isto por Gaza".

Na manhã do dia seguinte, a polícia de Chicago levou a cabo uma operação na casa de Rodríguez, em Albany Park, um dos bairros mais multiculturais da cidade.

O Museu Judaico, que recebeu no passado ameaças por organizar exposições sobre os direitos LGBTQ, estava naquela noite a apresentar um evento para jovens que trabalham em política externa e que era patrocinado pelo Comité Judaico Americano. O evento proporcionava também uma discussão em torno das iniciativas multireligiosas para abordar a situação humanitária em Israel e na Faixa de Gaza.

"Podemos confirmar que organizámos um evento no Museu esta noite", indicou o diretor executivo do grupo, Ted Deutch. "Estamos devastados pelo ato atroz de violência ocorrido fora do recinto. Neste momento, enquanto aguardamos por mais informações da polícia sobre o ocorrido, a nossa atenção e apoio incondicional estão com as vítimas e suas famílias."

Yaron Lischinsky, de 30 anos, e Sarah Milgrim, de 26, que morreram naquela noite eram namorados, e segundo a embaixada de Israel, Lischinsky preparava-se para pedir Milgrim em casamento, durante uma viagem a Jerusalém que teria lugar na próxima semana.

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