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Jogo de tabuleiro ajuda a identificar bullying

25 de fevereiro de 2017 às 11:29
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Os jogadores têm que descobrir quem foi o agressor, a testemunha, que tipo de bullying foi cometido e em que local da escola aconteceu

Duas psicólogas criaram um jogo pedagógico de tabuleiro para ajudar as crianças e os adultos que joguem com elas a identificarem situações debullyinge a desenvolverem competências para lidar com o problema.

O jogoBullying: Um dia na escolatem "por objectivo ajudar a Maria Inês, a personagem principal, que é uma vítima debullyingna escola", disse àLusaa psicóloga Júlia Vinhas, do centro CADIn - Neurodesenvolvimento e Inclusão.

Os jogadores têm que descobrir quem foi o agressor, a testemunha, que tipo debullyingfoi cometido e em que local da escola aconteceu, explicou Júlia Vinhas, que, em conjunto com a psicóloga Rosário Carmona e Costa, desenvolveu o jogo que apresentado este sábado em Lisboa.

Para poderem ter acesso à informação que permite descobrir o que se passou, os jogadores têm que ir respondendo a questões centradas em cinco áreas de competências: assertividade, controlo de impulsos, promoção da empatia, identificação do 'bullying' e resolução de problemas. "É desta forma que vamos treinando as competências e dirigindo o tipo de respostas dadas a cada situação de conflito", disse a psicóloga, comentando que "é uma forma muito lúdica de aprender".

O principal objetivo - salientou - é que as vítimas e as testemunhas saibam como atuar nestas situações, e os agressores percebam os comportamentos que constituembullying.

"Só consideramos uma situação debullyingquando existe intencionalidade no ato e é uma situação repetida", explicou a psicóloga.

Júlia Vinhas adiantou que a adesão ao jogo tem sido bastante boa: "Todos os meninos com quem tive já o privilégio de jogar gostam porque é um desafio".

A criação do jogo, desenvolvido pelo CADIn em parceria com a editora Ideias com História, surgiu da necessidade de desmistificar junto das crianças, dos professores e das famílias os tipos debullyingque existem e o "tipo de agressores".

"Muitas vezes a definição debullyingnão está correcta, por vezes há uma desvalorização de algumas agressões em contexto de recreio e por isso sentimos necessidade de através de um jogo de tabuleiro ir desmitificando" o fenómeno, adiantou.

Ao centro de apoio ao desenvolvimento infantil chegam crianças vítimas debullying, mas também alguns agressores, por "questões comportamentais" e "por queixas das escolas", contou Júlia Vinhas.

Um recente relatório da UNESCO revela que dois em cada dez alunos em todo o mundo são vítimas debullying.

Esta organização defende que a escola deve combater este tipo de violência, ensinando as crianças a compreender e a lidar com as situações de agressão.

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