O ator norte-americano morreu uma semana depois da mulher, a sua única cuidadora, ter morrido subitamente, vítima de uma infeção viral.
Os últimos dias de vida do ator norte-americano Gene Hackman, encontrado morto em casa, em Santa Fé, Novo México, juntamente com a mulher, Betsy Arakawa, no dia 26 de fevereiro, irão permanecer um mistério. Certo é que o ator de Os Incorruptíveis Contra a Droga, morreu uma semana depois da mulher ter falecido, segundo determinaram as autoridades norte-americanas.
Ralph Dominguez/MediaPunch /IPX
Com 95 anos, graves problemas cardíacos e doença de Alzheimer, Gene Hackman não terá compreendido porque a mulher estava caída no chão da casa de banho, onde foi encontrada, junto a uma embalagem de medicamentos aberta e vários comprimidos espalhados no chão. E se teve noção de que Betsy Arakawa, de 65 anos, e sua única cuidadora, precisava de auxílio, não teve capacidade de telefonar a alguém ou procurar ajuda entre os vizinhos.
Há muito que era Betsy que contactava com os amigos do marido para combinar jogos de golfe ou encontros. Segundo Tim Hackman, sobrinho do ator, Gene Hackman já tinha dificuldade em falar com os parentes e era a mulher que telefonava para dar novidades.
Segundo as autoridades, o casal não contava com nenhum profissional de saúde em casa, nem qualquer outro tipo de apoio. Foi um trabalhador contratado para arranjar equipamento em casa que, no dia 26 de fevereiro, estranhou ninguém atender quando tocou a campainha e chamou um segurança do condomínio, que procedeu a ligar para o número de emergência.
As autoridades encontraram o ator caído numa das entradas da casa, de chinelos calçados e junto à sua bengala. A mulher estava no chão de uma casa de banho. Perto, foi encontrado um dos cães do casal, Zinna, fechado dentro de uma transportadora e também morto.
Afastada a hipótese de envenenamento por monóxido de carbono, o resultado das autópsias veio revelar uma realidade ainda mais devastadora. Betsy Arakawa morreu no dia 11 de fevereiro vítima de uma infeção viral rara de hantavírus, um vírus transmitido através de excrementos de roedores. Os sintomas são semelhantes a uma gripe, mas evoluem para falta de ar e falha cardíaca. Segundo a médica legista-chefe de Santa Fé, Heather Jarrell, têm sido registados no estado entre um a sete casos da doença por ano - 40% dos infetados não sobrevivem. As autoridades encontraram vestígios de ratos no exterior da propriedade.
Tudo indica que a mulher de Gene Hackman desconhecia estar gravemente doente. No dia 9 de fevereiro, dois dias antes de morrer, Betsy Arakawa foi buscar a cadela Zina ao veterinário, onde o animal tinha sido sujeito a uma intervenção cirúrgica.
Na manhã do dia 11, a mulher de Gene Hackman enviou um email ao massagista para marcar uma consulta e à tarde foi vista a fazer compras numa mercearia local.
Foi captada pela câmara de videovigilância de uma farmácia com máscara facial, mas os vizinhos confirmaram que era algo que usava para evitar levar doenças que pudessem afetar a saúde frágil do marido. E, pelas 17h, antes de regressar a casa, fez compras na loja de animais.
Depois dessa hora, não há mais nenhum registo. Desorientado devido à doença de Alzheimer, Gene Hackman poderá não se ter apercebido da morte da mulher. O que fez nos sete dias que se seguiram é uma incógnita.
As autoridades não sabem se o ator tinha capacidades para alimentar-se. Segundo a autópsia, tinha o estômago vazio, mas não aparentava estar desidratado. Morreu devido a doença cardíaca. O médico-legista identificou no coração sinais de ataques cardíacos e várias cirurgias cardíacas.
Gene Hackman tinha três filhos de um primeiro casamento que viviam longe. "Éramos próximos, mas já não falava com ele há um par de meses, mas estava tudo normal, estava tudo bem", disse Leslie Anne Hackman, a mais nova, de 58 anos, que vive na Califórnia, ao Daily Mail.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.