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A vida às escondidas. Os judeus perseguidos pela PIDE

Marco Alves
Marco Alves 18 de agosto de 2021 às 22:38

Nas décadas de 1930 e 40, e pela primeira vez em muito tempo, os judeus foram um problema em Portugal. A polícia política andava atrás deles e tentou devolver alguns à precedência. Foram meses (às vezes anos) de pressão e angústia até escaparem de vez.

Arménio Taveira Losa fez tudo o que estava ao seu alcance. Arquiteto portuense, com morada na avenida da Boavista, estava casado desde 1935 com Ilse Losa, judia alemã, que chegara no ano anterior a Portugal após a ascensão de Hitler. Ilse tinha já um irmão em Portugal, Fritz, mas outro, Ernst, ficara na toca do lobo. A 2 de janeiro de 1939, Arménio escreveu diretamente ao Ministro do Interior, segundo se pode ler no processo de Ernst Lieblich na PIDE, que a SÁBADO consultou na Torre do Tombo, em Lisboa.

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"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".