Sábado – Pense por si

O que já foi dito e por quem no congresso do PS

A música de Vangelis voltou a ser ouvida no 21.º Congresso dos socialistas para saudar e o ex-primeiro-ministro António Guterres que foi aplaudido de pé com a música 1492 que usava nas suas campanhas eleitorais. Aqui ficam as declarações mais importantes deste dia

António Costa

"Na próxima quarta-feira o Conselho de Ministros aprovará o fundo para a reabilitação urbana, de forma a injectar na economia e dinamizar a construção cerca de mil milhões de euros que é necessário injectar para relançar um sector da economia que colapsou e que temos de relançar de forma inteligente", anunciou o secretário-geral dos socialistas afirmando que se trata de um fundo de mil milhões de euros para o sector da construção e lembrou também que no próximo dia 1 de Julho o IVA da restauração baixará de 23% para 13%.

António Guterres

"Durante largo número de anos as funções que desempenhei nas Nações Unidas não me permitiam estar convosco e corro o risco, se as coisas me correrem bem, de o mesmo vir a suceder no futuro. Não podem imaginar as saudades que tinha de aqui estar", disse aos delegados o antigo primeiro-ministro e ex-alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, que não comparecia num Congresso socialista desde 2000.

Manuel Alegre
O dirigente histórico socialista considerou fundamental uma vitória do PS nas eleições autárquicas de 2017, reiterando a tese de que representaria "uma traição" se os socialistas, após as últimas eleições legislativas, tivessem viabilizado um novo executivo PSD/CDS-PP, e advertindo que é essencial garantir a sustentabilidade do Governo e para evitar "certas tentações".
Manuel Alegre referiu-se ainda, de forma indirecta a posições controversas que têm sido assumidas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, relacionando resultados eleitorais das autárquicas e estabilidade política.

Daniel Adrião
O candidato alternativo a António Costa na liderança do PS, Daniel Adrião, elogiou os antigos líderes socialistas, tendo enviado a partir do 21.º Congresso "um forte abraço a José Sócrates", referência aplaudida por muitos congressistas. dizendo: "No PS temos orgulho em José Sócrates, que serviu o país como primeiro-ministro dando ao PS a sua maior vitória eleitoral de sempre com a sua única maioria absoluta e que deixou como grandes marcas o plano tecnológico, a aposta na economia verde e rede de acessibilidades que aproximou os portugueses do litoral e do interior".

Carlos César
"Nem mais à esquerda nem mais à direita, este é o lugar que vamos confirmar neste congresso com uma votação favorável na moção de estratégia do secretário-geral, António Costa", declarou o presidente do PS no seu discurso que durou cerca de 20 minutos, negando qualquer inflexão à esquerda do seu partido.
O ponto essencial da intervenção do presidente do Grupo Parlamentar socialista destinou-se a vincar que o PS mantém os seus valores históricos, embora se tenha adaptado às mudanças da globalização.

Ana Catarina Mendes
"Os adversários verdadeiros do PS são os partidos da direita 'austeritária', os defensores dos caminhos neoliberais, as forças conservadoras e os novos populismos da direita. Ouvi, muitas vezes, António Costa dizer, aqui no último congresso, que quem pensar como a direita acaba a governar como a direita", disse a secretária-geral-adjunta do PS, reforçando o apoio aos actuais presidente da Câmara Municipal "alfacinha", Fernando Medina, e presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, para as respectivas reeleições, em Setembro/Outubro de 2017 e 2016, respectivamente.

Martin Schulz
O presidente do Parlamento Europeu manifestou-se de forma clara contra a eventual aplicação de sanções a Portugal por parte da Comissão Europeia: "Sabem que costumo ser muito directo: sou contra as sanções a Portugal, claro e simples. Sei que o Governo português está a negociar com a Comissão e internamente no país e tenho a certeza que haverá uma solução muito construtiva", disse, defendendo que os sacrifícios que os portugueses fizeram têm de ser um elemento a incluir na análise sobre esta matéria.

Vieira da Silva
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acusou hoje o líder da oposição, Pedro Passos Coelho, de fazer uma "manobra de diversão" sobre o tema da sustentabilidade da Segurança Social, afirmando: "Há uma coisa que não vou fazer, que é colaborar com Passos Coelho na tentativa de criar uma diversão quando está a decorrer o congresso do PS. Julgo que essa proposta não é muito mais do que isso. Não contribuirei para a manobra de diversão que Passos Coelho tentou fazer para que este importante congresso não tivesse o relevo que tem", disse.