"Estamos perante um emaranhado legislativo", afirmou André Ventura, considerando, no entanto, que "a lei é clara nestes casos, nem os governantes, nem os seus familiares que detêm mais de 10% [de uma empresa] podem fazer negócios com o Estado".
O presidente do Chega considerou esta sexta-feira que os ministros envoltos em casos polémicos nas últimas semanas "violaram a lei" e questionou o PS, que tem maioria absoluta, se está disposto a mudar o regime de incompatibilidades.
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
Na abertura de uma interpelação ao Governo, no parlamento, sobre "os sucessivos casos de alegadas incompatibilidades e conflitos de interesses que envolvem vários ministros do executivo", André Ventura afirmou que estes governantes "violaram a lei hoje em vigor" e insistiu que "devem ser demitidos das suas funções".
Na sua intervenção, o líder do Chega fez "o resumo" dos casos que foram conhecidos ao longo das últimas semanas e que envolvem, por exemplo, o ministro das Infraestruturas, a ministra da Coesão Territorial e o ministro da Saúde, e apontou que se trata de um "rol de situações que não dignificam a República e violam a lei de forma expressiva".
E quis saber "o que vai o Governo fazer para corrigir estes casos".
"Estamos perante um emaranhado legislativo", afirmou André Ventura, considerando, no entanto, que "a lei é clara nestes casos, nem os governantes, nem os seus familiares que detêm mais de 10% [de uma empresa] podem fazer negócios com o Estado".
Lembrando que o Chega já propôs alterações ao regime do exercício de funções de titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, na sequência do apelo do Presidente da República ao parlamento, o líder do partido perguntou diretamente ao PS se está "disposto a mudar esta lei" e "clarificar o que envergonha os portugueses em matéria de negócios públicos".
Ventura apontou também críticas a PSD e Iniciativa Liberal, que acusou de "fugir deste tema como o diabo foge da cruz".
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O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.