"Caso exista alguma dúvida sobre essa matéria também não é ao Governo que cabe agir", afirmou a ministra. SÁBADO revelou novos casos de incompatibilidades.
A ministra da Presidência reiterou esta quinta-feira que a lei das incompatibilidades "está a ser totalmente cumprida" pelos membros do Governo, considerando que a reflexão sobre este regime cabe neste momento ao parlamento depois do pedido do Presidente da República.
RODRIGO ANTUNES/LUSA
"Existe uma lei [das incompatibilidades], o Governo entende que essa lei está a ser totalmente cumprida. Caso exista alguma dúvida sobre essa matéria também não é ao Governo que cabe agir", respondeu aos jornalistas Mariana Vieira da Silva no 'briefing' do Conselho de Ministros, em Lisboa, durante o qual foi, por diversas vezes, questionada sobre os casos de alegadas incompatibilidades de diferentes membros dos Governo.
Questionada sobre o pedido do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao parlamento para que reveja o regime jurídico sobre as incompatibilidades e impedimentos de titulares de cargos políticos, a ministra considerou que cabe à Assembleia da República "a reflexão que há a fazer em torno da nota" do chefe de Estado.
"O Governo não comenta aquilo que é neste momento uma reflexão que cabe à Assembleia da República. Quanto à posição do Governo e à interpretação que o Governo faz nesta matéria ela é pública e não há nenhum elemento novo a acrescentar e, portanto, este é o momento em que o Governo comunicou a sua interpretação e está empenhado em governar", reiterou.
Sobre a possibilidade de o executivo pedir um novo parecer à Procuradoria-Geral da República para dissipar todas as dúvidas, Mariana Vieira da Silva foi perentória: "se existe alguma dúvida de legalidade, quem responde às dúvidas de legalidade não é o Governo, são os órgãos da justiça. A separação dos poderes é também isso".
Nas últimas semanas, os ministros da Saúde, Manuel Pizarro, da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, entre outros membros do executivo, foram alvo de dúvidas sobre a hipótese de terem violado o regime de incompatibilidades em vigor aplicado a titulares de cargos públicos.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que não tem dúvidas sobre a "probidade" de como os membros do Governo exercem as suas funções e disse que o executivo não se intromete nos diálogos entre Presidente e Assembleia da República.
Nesse mesmo dia, Marcelo Rebelo de Sousa pediu ao parlamento, como tinha anunciado na terça-feira, que reveja o regime jurídico sobre as incompatibilidades e impedimentos de titulares de cargos políticos, caso a Assembleia da República "considere relevante e necessária tal reflexão".
"Com efeito, o emaranhado legislativo complexo tem suscitado ampla controvérsia na sociedade portuguesa, numa matéria essencial para a confiança dos cidadãos nas instituições, a qual resulta de uma imposição constitucional, dúvidas essas que foram expressas, inclusivamente, pelo Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República", refere uma nota divulgada no site da Presidência da República.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.