Juan Carlos estava acusado de assédio por Corinna, com quem terá mantido uma relação extraconjugal.
A juíza Rowena Collins Rice rejeitou esta sexta-feira o alegado caso de assédio por parte do antigo rei espanhol Juan Carlos a Corinna zu Sayn-Wittgenstein-Sayn. Na ação judicial, a ex-amante do monarca emérito garantia que tinha sido alvo de assédio e ameaças, e, por isso, exigia o pagamento de 126 milhões de libras (145 milhões de euros).
REUTERS/Sarah Meyssonnier
A empresária dinamarquesa afirmava que episódios intrusivos e intimidatórios vinham a acontecer desde que a sua relação chegou a público em 2012, após terem feito uma viagem de caça a elefantes no Botswana, em África. Documentos apresentados numa audiência anterior alegavam que Corinna teria sido presenteada com o livro sobre a morte da princesa Diana e que o mesmo terá servido como um possível aviso. No entanto, Juan Carlos negou todas as acusações.
Corinna zu Sayn-Wittgenstein-Sayn justifica que estes crimes terão sido alegadamente cometidos devido a um empréstimo de 65 milhões de euros que terá pedido. No entanto, garantiu que todo o dinheiro terá retornado ao antigo rei logo, após a viagem que ambos fizeram a África.
Na decisão do julgamento, a juíza afirmou que a principal razão que a levou a arquivar o processo foi "porque este não foi movido contra o réu no seu país de residência" e porque "a queixosa não conseguir convencer de que tem um argumento válido e discutível. Isto, por sua vez, deve-se ao facto de ela não ter demonstrado suficientemente que o 'evento prejudicial' de que se queixa – assédio por parte do arguido – aconteceu em Inglaterra".
Além disso, Rowena Collins confessou também que mesmo que o Tribunal Superior de Inglaterra tivesse competências para tratar do processo, que teria deferido o pedido de Juan Carlos para anular a queixa, uma vez que não cumpria regras de redação de uma queixa de assédio. "A queixosa relata a sua história pessoal e financeira e afirma que o réu causou danos na sua paz de espírito e bem-estar pessoal, assim como na sua vida profissional, social e familiar. Sobre esse relato não tenho opinião", acrescentou.
Perante a decisão do Tribunal Superior, a ex-amante afirmou estar "profundamente decepcionada" e acrescentou que o antigo monarca fez de tudo para a manter em silêncio. "Juan Carlos mobilizou todo o seu arsenal para me oprimir e o alcance do seu poder é imenso. Estou a considerar todas as opções", contou. Já o antigo rei de 85 anos, que abdicou do trono em 2014, lamentou o sucedido assim como "o gasto de energia e recursos envolvidos no processo".
Em agosto de 2020, Juan Carlos partiu para a capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi. A sua viagem aconteceu após os seus negócios terem sido alvo de acusações que prejudicaram a sua reputação, e que colocavam em causa a reputação do seu filho e sucessor, o rei Felipe VI. Desde então que tem visitado esporadicamente Espanha para participar em competições de vela na região autónoma da Galiza, mantendo-se afastado dos palácios reais.
O arquivar do caso poderá abrir agora caminho para um novo regresso a Espanha, mas desta vez permanente. "Sua majestade já não enfrenta quaisquer processos judiciais, restabelecendo assim as condições necessárias para novas aparições públicas, como recentemente teve a oportunidade de fazer nas competições de vela em que participou", comentaram os representantes de Juan Carlos.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Quando tratados como a Carta das Nações Unidas, as Convenções de Genebra ou a Convenção do Genocídio deixam de ser respeitados por atores centrais da comunidade internacional, abre-se a porta a uma perigosa normalização da violação da lei em cenários de conflito.
Governo perdeu tempo a inventar uma alternativa à situação de calamidade, prevista na Lei de Bases da Proteção Civil. Nos apoios à agricultura, impôs um limite de 10 mil euros que, não só é escasso, como é inferior ao que anteriores Governos PS aprovaram. Veremos como é feita a estabilização de solos.
"O cachecol é uma herança de família," contrapôs a advogada de Beatriz. "Quando o casamento terminou, os objetos sentimentais da família Sousa deveriam ter regressado à família."