Erin Patterson começou esta quarta-feira a ser julgada em Morwell por ter envenedado quatro pessoas com um bife Wellington, três delas morreram.
Erin Patterson, que está a ser acusada de cozinhar umarefeição fatalcom cogumelos selvagens que ela própria colheu, e que depois mentiu à polícia e descartou provas, argumenta agora em tribunal que a "tragédia" foi um "terrível acidente".
James Ross/ AP
O julgamento da australiana começou esta quarta-feira e está previsto que dure seis semanas. A mulher de 50 anos é acusada de ter assassinado três familiares e de um homicídio na forma tentada. No centro do caso está um bife Wellington que serviu aos familiares em julho de 2023.
Erin Patterson declarou-se inocente e a sua equipa de defesa referiu que ela "entrou em pânico por, sem querer, ter servido veneno aos familiares que amava".
Os seus ex-sogros, ambos com 70 anos, e a irmã da ex-sogra, Heather Wilkinson, 66 anos, acabaram por morrer no hospital nos dias seguintes. Apenas um dos convidados do almoço sobreviveu - o pastor Ian Wilkinson -, mas passou semanas a receber tratamento no hospital.
Segundo o tribunal não há dúvidas de que foi o almoço com bife Wellington, puré de batata e feijão verde que causou a morte dos convidados, uma vez que continha cogumelos chapéu da morte. "A questão principal é se havia a intenção de matar ou causar ferimentos muitos graves", referiu o juiz Christopher Beale.
No início do julgamento, a procuradora Nanette Rogers relembrou que este caso foi "originalmente considerado um evento de intoxicação alimentar em massa". Agora, acredita que Erin Patterson "envenenou deliberadamente" os seus convidados "com uma intenção assassina", depois de convidar os familiares "com o pretexto de que tinha sido diagnosticada com cancro".
Nos dias seguintes ao almoço a suspeita terá tomado uma série de medidas para "esconder" o crime que tinha praticado, referiu ainda a procuradora.
O Ministério Público australiano considera que existem provas de que Erin Patterson mentiu aos investigadores sobre o local de origem dos cogumelos que confecionou, referindo que os tinha comprado numa mercearia asiática em Melbourne e nunca que os tinha apanhado. Além disso, a mulher ter-se-á dirigido a um lixo para deitar fora um desidratador de alimentos que terá utilizado para preparar a refeição.
A acusação não sugere nenhum motivo para o crime e o juiz já referiu que o júri pode continuar com dúvidas no final do julgamento, no entanto alertou: "Não precisam de ficar satisfeitos com o motivo, ou mesmo perceber se existiu um".
Já a defesa pediu ao júri que mantenha a mente aberta e não considerar o comportamento e Erin Patterson "incriminador" sem antes considerar como é que reagiram nessa situação: "As pessoas não podem dizer coisas que não foram bem pensadas e que as façam parecer incorretas?", questiounou. O advogado referiu ainda que a sua cliente entrou em pânico depois de descobrir como é que os seus convidados ficaram devido ao almoço que lhes serviu, garantindo que a comida envenenada não foi servida de propósito.
No julgamento vão ser ouvidas várias testemunhas, incluindo o ex-marido de Erin Patterson, Simon Patterson, a equipa médica que tratou as vítimas e os polícias que estiveram envolvidos no caso.
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