Na semana passada, a procuradora Nanette Rogers disse acreditar na tese de envenenamento deliberado dos convidados, "com intenção assassina".
O pastor australiano Ian Wilkinson foi o único sobrevivente de umalmoço com cogumelos venenosos, que resultou na morte de três pessoas, em 2023. Esta terça-feira, em declarações no tribunal, o homem afirmou, que ele e a mulher,Heather, ficaram "contentes" por terem sido convidados para almoçar.
JOEL CARRETT/LUSA_EPA
A anfitriã do almoço, Erin Patterson, começou a ser julgada na semana passada. A mulher, de 50 anos, foi acusada de três assassinatos e de uma tentativa de homicídio. De acordo com a BBC, o tribunal não tem dúvidas de que o almoço, que consistia em bife Wellington, foi a causa da morte destas pessoas. Os juízes pretendem agora perceber se Erin Patterson tinha intenção de matar.
"Cada pessoa tinha uma dose individual, era muito parecido com um pastel", disse Wilkinson, citado pela televisão pública britânica. "Era uma caixa de massa folhada e quando a cortámos, tinha bife e cogumelos", acrescentou. O homem, que é pastor da igreja Batista de Korumburra, referiu que a relação com Patterson era amigável, porém não eram muito próximos.
"Ela parecia uma pessoa comum. Não sei como descrever", afirmou, citado pelo The Guardian. Ian contou que Gail e Heather colocaram quatro pratos cinzentos com a comida na mesa e Patterson terá comido de um prato "alaranjado".
Os ex-sogros da mulher australiana, Don e Gail Patterson, e Heather, que era irmã de Gail, morreram após a refeição fatal. No julgamento, o pastor que sobreviveu mas esteve internado, relembrou que os médicos que o atenderam informaram que a situação era "grave". O homem passou mais de um mês no hospital a receber tratamento.
Segundo o sobrevivente do almoço, a anfitriã "pegou num prato estranho e levou-o para a mesa. Ela levou-o para o seu lugar na mesa". Após o almoço, Patterson terá partilhado com os familiares que tinha cancro e pedido conselhos, já que queria contar aos filhos, que não estavam presentes. A conversa terminou após um dos filhos de Erin chegar a casa e Wilkinson ter sugerido fazer uma oração, segundo contou em tribunal. A defesa de Patterson rejeitou a existência de pratos cinzentos em casa da sua cliente, mas o pastor contestou esta afirmação.
Em tribunal, contou que tanto ele quanto a mulher começaram a sentir-se mal durante a noite após o almoço. O mesmo aconteceu com os sogros de Patterson e terá sido Simon Patterson, ex-marido de Erin, que os levou ao hospital na manhã seguinte. O homem tinha sido convidado para o almoço, mas acabou por não estar presente. Os médicos informaram mais tarde que havia suspeitas de "envenenamento por cogumelos".
Erin foi a única pessoa que não se sentiu mal, após a refeição. Os juízes pretendem perceber se a mulher tinha intenção de matar os familiares, apesar de em novembro de 2023 se ter declarado inocente, após ser detida pelas autoridades. De acordo com o The Guardian, os médicos que trataram as pessoas envenenadas forneceram provas ao tribunal esta terça-feira. "Fiquei preocupada que não fosse apenas gastroenterite causada por intoxicação alimentar", afirmou a médica Beth Morgan. Inicialmente, pensou-se que se tratava de uma intoxicação em massa, mas esse diagnóstico foi rapidamente descartado.
Na segunda-feira, também foram ouvidos em tribunal membros de um grupo do Facebook do qual a mulher australiana fazia parte. As testemunhas referiram que Patterson terá pedido conselhos sobre como preparar um bife Wellington no mesmo mês em que serviu a refeição tóxica.
Na semana passada, a procuradora Nanette Rogers disse acreditar na tese de envenenamento deliberado dos convidados, "com intenção assassina", "sob o pretexto de que havia sido diagnosticada com cancro". A mulher referiu que comprou os cogumelos numa mercearia asiática em Melbourne, mas o júri acredita que foram colhidos pela própria. Prevê-se que o julgamento dure seis semanas.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.