Urnas fecharam às 19 horas em Portugal continental e Madeira, 20 horas nos Açores. 18 forças políticas vão a votos, sendo que oito já estão representadas no Parlamento.
"Naturalmente que cumprirei a minha palavra". Foi a mais forte ovação da noite à resposta se Luís Montenegro vai manter o "não é não" sobre o Chega.
Luís Montenegro não dá como garantida a indigitação. Diz que parte do princípio de que Marcelo Rebelo de Sousa o fará e que tem essa "expetativa". Líder do PSD espera ainda que o PS e o Chega não formem uma "coligação negativa" na Assembleia da República para derrubar a AD.
Rui Rocha entrou a falar ao mesmo tempo que Pedro Nuno Santos e foi interrompido por Luís Montenegro nos diretos para as televisões: uma figura de estilo perfeita para o resultado da IL nas eleições.
O presidente do partido liberal, muito saudado pelos militantes presentes, começou em tom festivo. "Crescemos em votação, cerca de 40 mil votos, crescemos em percentagem, mantivemos o grupo parlamentar, e consolidámo-nos como quarta força política nacional", afirmou.
"Agora temos de esperar pela nova composição da AR, pela clarificação dos cenários", juntou. O cenário é o de uma Assembleia da República na qual a AD e a IL juntas têm menos deputados do que a esquerda – ou seja, em que precisam que o Chega vote a favor do Orçamento do Estado para 2025. A IL deixa de ser crucial para o equilíbrio, mas pode sempre dizer que resistiu às pinças da tenaz: uma do voto útil na AD, a outra do crescimento do Livre (com que disputa algum eleitorado urbano) e do Chega. Entre as hostes da IL o sentimento era misto: felizes pela resistência, frustrados com o facto de não se terem tornado tão relevantes como ambicionavam.
Pedro Nuno Santos agradeceu ao diretor de campanha, João Torres, à caravana e até aos jornalistas… mas nem uma palavra de agradecimento para o primeiro-ministro demissionário, António Costa.
Luís Montenegro faz o discurso de vitória, começando por elogiar a descida da abstenção, bem como todos os adversários políticos e todos os que participaram na organização da campanha da AD.
"Vencer as eleições era ter mais um voto e só nessa circunstância assumiria as funções de primeiro-ministro. Pois bem, parece incontornável que a AD ganhou as eleições e o PS perdeu. Os portugueses disseram que queriam mudar de governo e de políticas. E que os partidos devem privilegiar o diálogo e concertação entre líderes e partidos", afirmou.
"A AD terá recuperado 200 mil eleitores e mais mandatos. Em face disso, e em face da vitória, é minha expetativa que o Presidente da República me possa indigitar para formar governo. Na expetativa de que tal vai acontecer, o meu compromisso é cumprir a mudança, que se vai cumprir com um novo primeiro-ministro, novo governo e novas políticas."
"O desafio é grande, vai exigir grande sentido de responsabilidade a todos. Vai exigir grande capacidade de diálogo. É possível que a nossa economia possa crescer mais, pagar mais salários e os jovens não tenham de emigrar, como tem acontecido nos últimos anos.
É possível valorizar mais o esforço de quem mais trabalha, dar esperança aos jovens, estabilidade e justiça a quem está na vida ativa e segurança aos mais idosos.
É possível apresentar um programa de emergência na área da saúde nos primeiros 60 dias, como prometi."
Luís Montenegro fala ainda da escola pública, do mercado de habitação, de "dar melhores condições de trabalho às forças de segurança", do sistema de justiça e do combate à corrupção.
"Para ter governabilidade há que apelar ao sentido de responsabilidade a todos os que se vão sentar na Assembleia. A todos é exigido sentido de responsabilidade. A principal será minha, mas há que exigir aos outros o que foi a palavra do povo português.
Não falharemos a Portugal."
Até para discurso de comentário aos resultados da noite houve um compasso de espera de Inês Sousa Real, à semelhança do que aconteceu no resto da noite - em que a porta voz do PAN esperou por várias vezes por um espaço nas televisões.
A tónica deste discurso foi mais uma vez o facto de o partido ter crescido em número de votos. "Os portugueses disseram que querem o PAN no parlamento e ficámos a meros 800 votos de uma eleição no Porto".
Inês Sousa Real diz que não sente ter falhado o objectivo de um grupo parlamentar como uma derrota, "saímos bastante honrados e estamos consolidados". A porta-voz do partido também deixou uma crítica ao PR, acusou Marcelo Rebelo de Sousa de ter contribuído para a instabilidade política e também disse que "não podemos em democracia andar a brincar com a vida das pessoas"
Terminou dizendo que iriam festejar o resultado e ouviu-se um tímido "Somos PAN" "Somos PAN".
O secretário-geral socialista admite que não tem capacidade para apresentar uma solução de governação, independentemente dos resultados nos círculos dos emigrantes (quatro deputados). "Não temos uma maioria", assumiu Pedro Nuno Santos, que já parabenizou Luís Montenegro pela vitória.
Perante uma sala cheia, que fez ouvir o seu apoio ao líder, Pedro Nuno Santos garantiu que não avançará com nenhuma moção de rejeição à AD. Todavia, fez questão de dizer que também não serão os socialistas a "suportar um governo da AD". Vai sim, "liderar a oposição e nunca deixará a liderança da oposição para o Chega ou para André Ventura".
Sobre o resultado do Chega, Pedro Nuno Santos admite que foi "expressivo" e que "não dá para ignorar". "Não há 18,1% de portugueses racistas, xenófobos… há muitos portugueses zangados e que sentem que não foi dada resposta aos seus problemas concretos". "Nós queremos recuperar a confiança destes portugueses", continuou, prometendo "trabalhar nos próximos meses para voltar a ter aqueles que estão descontentes".
Apoiantes na sede de campanha da AD batem palmas à assunção da derrota por parte de Pedro Nuno Santos.
"O Partido Socialista será oposição", sentencia Pedro Nuno Santos. "Renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS", acrescenta, depois de admitir uma derrota à "tangente" para a AD.
Rui Tavares subiu ao palco para o rescaldo da noite debaixo de forte apoio. O candidato eleito por Lisboa aguardou até quase ao fecho das urnas para se pronunciar sobre o melhor resultado do partido até agora, e dividiu o discurso em vários pontos. "São umas eleições que nos deixam na incerteza, não sabemos que governabilidade podemos ter nos próximos meses e, perante este cenário, há duas certezas: há espaço para a esquerda verde europeia em Portugal, e o Livre, sendo um dos poucos partidos que cresceu, vai trabalhar muito para servir este País, a partir dos distritos onde está eleito porque é isso que importa, o país antes do partido, as pessoas antes dos cargos.
Rui Tavares continuou depois e assegurou os eleitores e presentes de que "o Livre sabe crescer bem, em responsabilidade, com os olhos no futuro do País. É bom saber que podemos provar, perante os concidadãos, que uma campanha de propostas de não divisão, de defesa do País cordial, contra o ódio, pode ser tão ou mais eficaz do que uma baseada no medo", deixando farpas a André Ventura.
"É possível estar nos debates, ser o partido que menos interrompe, ter as pessoas lá fora a dizer que se sentiram representadas. O porta-voz deixou depois um agradecimento a todos os que trabalharam nas eleições mas singularizou as minorias de Portugal e as mulheres, "que viram os seus direitos sob ataque por um discurso de regressão, e que o Livre rejeita por completo".
"É vil o que foi feito com os ciganos portugueses", reiterou também Rui Tavares, num outro ataque a André Ventura e ao Chega. "Estamos convosco, não passarão, ninguém larga a mão de ninguém", concluiu.
Rui Tavares deixou depois um agradecimento aos jovens, que admite poderem estar admorizados face ao cenário político do futuro, mas garante que o Livre é o caminho do futuro para Portugal, "é convosco que vamos construir".
O deputado eleito por Lisboa referiu também os resultados eleitorais e fala de um quase milagre. "Não me posso esquecer de que isto foi conseguido com cinco trabalhadores, verdadeiros obreiros e obreiras deste partido, foi a campanha mais barata de qualquer partido que tenha elegido para estas eleições.
Por último, Rui Tavares diz que a mensagem do Livre é "venham, amigos, nunca é tarde para descobrir o mundo novo", terminando o discurso com uma citação de António Variações "Tu estás livre e eu estou livre".
André Ventura começou o seu discurso com uma grande proclamação: "Nós não sabemos ainda como é que esta noite ficará conhecida na história de Portugal. Esta é a noite em que acabou o bipartidarismo em Portugal", afirmou o líder do Chega, que frisou o facto do partido ter ultrapassado "um milhão de votos em Portugal".
Ventura passou a batata quente para a AD. "Já está definida uma maioria clara: será da AD e Chega. Só um líder muito irresponsável ignoraria isso, quando temos na nossa mão fazer um governo de mudança", disse.
O líder do Chega apontou também o dedo ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. "Esta é uma vitória que tem de ser ouvida no Palácio de Belém. Um Presidente da República tentou condicionar o voto dos portugueses na última hora. Mas o bom povo português não se deixou condicionar", concluiu.
Mariana Mortágua falou numa vitória do BE em mais 30 mil votos e o mesmo número de mandatos. Reforçou a luta contra a direita e terminou o discurso com um demorado "fascismo nunca mais, 25 de Abril sempre".
"O BE cresceu em votos, manteve a sua representação parlamentar e dará a sua contribuição contra a direita", afirmou Mariana Mortágua. Acrescentando: "A viragem à direita é o reflexo de uma política desastrosa de uma maioria absoluta".
"O BE é um partido de alternativa. Uma viragem à direita acontece no País com o contributo da extrema direita. Mas apesar disso, o BE resistiu. Mantém o grupo parlamentar e tem mais votos. Somos parte de uma solução se ela se abrir. Temos um partido com força e energia e é isso que nos importa", sublinhou a líder bloquista.
"O que temos de fazer agora é construir uma alternativa para Portugal. O BE vai fazê-lo todos os dias, no parlamento e na rua", garantiu Mariana Mortágua.
Nuno Melo: "Com os dados que temos podemos dizer que a AD venceu as eleições." Grita-se "vitória" na sala.
O líder do CDS-PP acrescenta ainda: "O PS teve uma clamorosa derrota porque cai de uma maioria absoluta para um resultado inferior a 30%. Foi um resultado histórico para o meu partido. O CDS voltou à Assembleia da República, de onde nunca deveria ter saído."
Nuno Melo envia um recado ao PS: "É importante assegurar condições de governabilidade, é importante que todos estejam a altura das suas responsabilidades. Na AD estaremos à altura."
Nuno Melo falou quando ainda faltavam apurar duas freguesias e o PS e a AD estavam separados por cerca de mil votos. Mas a AD terá tido informação do terreno de que tinham vencido.
E vão 4: Paulo Muacho, candidato por Setúbal, é a mais recente adição ao grupo parlamentar do Livre. Chamado ao palco, o advogado, natural de Campo Maior, no Alentejo, agradeceu "a todos os que confiaram no Livre" e deixou o repto: "Agora vamos à luta!", saindo do palco sob forte aplauso.
O secretário-geral do PCP já comentou os resultados eleitorais desta noite. Paulo Raimundo descreveu a "redução da representação parlamentar" da CDU como um "desenvolvimento negativo" e assumiu: "O resultado não é positivo". Mas "não se pode deixar de ter em conta as circunstâncias" que o motivaram, defendeu.
Para Paulo Raimundo, o mau resultado da CDU deve-se sobretudo a fatores externos. A coligação "teve de enfrentar a hostilidade e menorização" de outros, uma "falsificação de posicionamentos do PCP" e preconceitos e ataques "anti-comunistas". "Procuraram sempre mandar-nos para baixo. Só promoviam outras forças e conceções reacionárias", lamentou.
"Andámos a ser menorizados, caricaturados… uma ofensiva brutal contra o PCP. O povo respondeu dizendo que a CDU faz falta", afirmou ainda.
O sentimento é de alívio na sala para apoiantes do PAN: "Já está, já elegemos". Dizem que foi por muito pouco que não conseguiram no Porto, apenas 3 mil votos. Veem o copo meio cheio em vez de meio vazio: "Interessante que subimos muito na votação, significa que PAN está forte e a crescer"
À noite eleitoral da IL, em Monsanto, estão a chegar as figuras de proa do partido, como Bernardo Blanco e Mariana Leitão, ambos já eleitos pelo círculo de Lisboa. A SÁBADO falou com vários militantes e as opiniões convergem: dadas as circunstâncias - a "tenaz" entre o voto útil, a subida do Chega e a concorrência do Livre por algum eleitorado urbano - a IL não se saiu mal. "O liberalismo é difícil de vender e isto não é um sprint, é uma maratona", diz um dos militantes. Entre as pessoas aqui presentes ainda ninguém por esta altura parece notar que a corrida entre a AD e o PS está mais apertada do que inicialmente se pensava.
Pedro Nuno Santos não vence na freguesia onde mora: Lumiar, Lisboa. É a freguesia com mais eleitores inscritos em Lisboa, mais de 39 mil. A AD venceu com 39,82 % e 12.280 votos. O PS ficou com cerca de metade: 22,21 % e 6.849 votos. A IL ficou em terceiro lugar, à frente do Chega, com cerca de 10%. A IL obtém, sem surpresa, um bom resultado nas freguesias com mais poder de compra, como Belém, Lumiar e Avenidas Novas. A exceção é a Estrela, freguesia onde o Chega ficou em terceiro lugar.
Após uma longa espera, o PAN conseguiu manter Inês Sousa Real no Parlamento. "Yes", ouviu-se na sala. A líder do PAN foi reeleita.
Mais um resultado histórico para o Livre: Isabel Mendes Lopes consegue a eleição, é a segunda por Lisboa, a seguir a Rui Tavares. "Isabel! Isabel! Isabel!". Chamada ao palco, a deputada recém-eleita agradeceu e disse: "Vamos continuar a crescer e a ter muito trabalho pela frente. Contamos com todas e todos mas temos o nosso grupo". O Livre totaliza assim três deputados na Assembleia para a próxima legislatura. E pode chegar aos quatro.
E o ambiente aqueceu na noite eleitoral da IL: há muito mais pessoas (muitos abaixo dos 40 anos) e as notícias da eleição de mais deputados animaram a sala. A IL já tem mais votos do que em 2022 e está a um deputado de igualar os oito mandatos que tem na Assembleia da República. Tudo indica que irá conseguir bater esse resultado.
José Soeiro também foi eleito pelo Bloco de Esquerda.
No quartel-general do Bloco de Esquerda, festeja-se a eleição da terceira deputada: Joana Mortágua. "Setúbal é nosso!", ouve-se.
"Num contexto de grande volatilidade internacional, Portugal, ao que parece, sairá fragilizado". Foi a leitura dos resultados provisórios feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros demissionário, João Gomes Cravinho, à entrada do Hotel Altis. O socialista considerou que um "um governo minoritário", a confirmar-se, será uma "opção muito arriscada".
O Chega conseguiu mais de um milhão de votos nestas eleições,revelam os resultados oficiais. Já a AD está separada do PS por 7 mil votos, às 22h56.
O primeiro-ministro demissionário veio ao Altis corrigir declarações proferidas ao início da noite por João Torres, diretor de campanha. Costa nota que "o resultado parecia mais claro. Neste momento, não é assim. Há quase um empate". Embora seja notório que o PS perdeu terreno face às últimas eleições legislativas, Costa endireitou o discurso do partido, lembrando que ainda é matematicamente possível que o resultado seja favorável aos socialistas. Recorde-se que há quatro deputados eleitos por dois círculos eleitorais da emigração que podem ser decisivos e estes votos não são conhecidos esta noite. Nas últimas legislativas, o PS ficou com três e o PSD com um.
Paula Santos, cabeça de lista da CDU a Setúbal, é a primeira deputada eleita da coligação PCP-PEV nestas eleições. A maioria das sondagens aponta para que a CDU eleja entre dois a três deputados nestas legislativas - há dois anos, a CDU tinha conseguido eleger seis deputados.
Na sede do hotel Sana Metropolitan, onde os militantes do partido estão a acompanhar a noite eleitoral, a notícia foi recebida sem grande entusiasmo.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, é o segundo deputado eleito pela CDU nestas legislativas. Era cabeça de lista por Lisboa.
"Primeiro objetivo cumprido, temos grupo parlamentar! Viva o Livre", anuncia o assessor Pedro Mendonça, cujo entusiasmo lhe é devolvido pelos presentes com gritos de apoio "Livre! Livre! Livre!". O crescimento do Livre é certo com a eleição de Rui Tavares, superando assim os números de 2022. Está cumprido o objetivo principal: um grupo parlamentar.
O discurso vigente começa a mudar na sede do PAN. Perante a ausência de deputados para o partido os apoiantes, e mesmo alguns membros da direção, já admitem que eleger um será "muito bom". Na sede do Pan, é ver passar navios como diz a expressão. Comentam-se aos segundos os resultados dos outros partidos à falta de resultados dos próprios. Fala-se da CDU, da IL e até do Livre, apontam-se resultados ao segundo. Agora, a tónica é esta: "Como houve menos abstenção e temos mais votos, é preciso mais para eleger", justifica o número 3 por Lisboa, Pedro Fidalgo Marques.
De novo palmas no quartel eleitoral da Iniciativa Liberal, após a notícia da eleição do líder do partido, Rui Rocha, pelo círculo de Braga. Rocha foi o 12º deputado a ser eleito por Braga - que elege 19 mandatos - onde o PSD (cinco deputados já eleitos) está a liderar na contagem, seguido pelo PS (quatro), pelo Chega (três). A IL é, por enquanto, a quarta força política no distrito, tal como em 2022. As palmas, com cânticos "Rocha! Rocha! Rocha!" foram breves.
Suspira-se muito na sala e fora dela. O PAN ainda não elegeu nenhum deputado e está tudo agarrado aos telemóveis para acompanhar os resultados. O assunto que mais se ouve é o procurar de justificações para os tão expressivos resultados do Chega.
O Bloco de Esquerda festejou na sede a eleição de Marisa Matias, eleita pelo círculo distrital do Porto.
E vão quatro transferências bem sucedidas para o Chega. Depois do coronel Carlos Simões de Melo (ex-IL) eleger na Guarda, o partido de André Ventura coloca mais três ex-militantes de outros partidos. Henrique Freitas, ex-PSD e ex-secretário de Estado da Defesa e dos Antigos Combatentes , foi eleito por Portalegre e os ex-deputados laranja Eduardo Teixeira (Viana do Castelo) e Maria Manuela Tender (Vila Real) foram eleitos. Por fim, a ex-deputada do PAN Cristina Rodrigues, que servia de chefe de gabinete de facto do Chega no parlamento, foi eleita pelo Porto.
Ministro das Finanças demissionário defende que resultado do Chega "levanta complexidade principalmente à direita democrática", lamentando, à chegada ao hotel Altis, "o reforço de um partido que tem provocado instabilidade" na Assembleia da República. É nesta força política que mete o ónus da sua curta intervenção, em que pediu aos jornalistas que aguardem pelo apuramento dos resultados finais e assumiu a derrota como sendo do partido e não de Pedro Nuno Santos.
A IL elege o primeiro deputado pelo círculo do Porto: Carlos Guimarães Pinto, que está a comentar a noite eleitoral na RTP. A maioria dos liberais no quartel general da IL só se manifestou com palmas quando a moderadora da RTP, Ana Lourenço, disse ao deputado que ele tinha acabado de ser eleito. O ambiente no Monsanto Secret Spot, onde a IL faz a sua noite eleitoral, tem estado muito morno. As sondagens sugerem que a IL crescerá, mas pouco, longe da meta de duplicação do número de deputados (oito) conseguido em 2022.
Uma das surpresas da noite: o Chega elegeu na Guarda. Carlos Simões de Melo, coronel na reserva e ex-militante da Iniciativa Liberal (chegou a apresentar candidatura para a liderança), é um dos deputados eleitos do Chega. O partido de André Ventura consegue eleger num círculo que só mete três deputados.
O hotel Epic Sana Marquês foi alvo de um ataque com tinta por ativistas climáticos que obrigou ao fecho das portas. Mais tarde, ativista Alice Gato, do movimento Climáximo, explicou o protesto: "Não quero viver num país onde haja incêndios todos os verões que vão dizimar centenas de vidas. Não quero viver num país onde o fascismo e a extrema-direita e a violência vão aumentar por causa da degradação das condições de vida.!
No quartel-general do Livre, mantém-se o entusiasmo após os resultados mais recentes. Fonte do partido diz àSÁBADOque Rui Tavares se pronunciará "quando tudo estabilizar um pouco mais", mas o ambiente no Thalia espelha a surpresa positiva da esquerda nesta ronda eleitoral. Recorde-se que o Livre já ultrapassou os 1,28% (de 2022) e totaliza agora 2,21% das intenções de voto nacionais.
Alexandra Moreira, cabeça de lista do PAN por Setúbal, diz àSÁBADOque está confiante de que vão eleger 3 deputados, 2 em Lisboa e 1 no Porto. Quanto a ela própria: "Acho que ainda não é desta", admite, "está tudo muito polarizado e bastante extremado". A advogada que reside em Palmela está preocupada com o crescimento do Chega e com o que se irá passar na Assembleia da República. "O ambiente que se vai criar na AR vai ser mais ou menos inabitável, se com 8 já era aquele barulho todo..."
Enquanto a cúpula acompanha a contagem de votos ao jantar confortavelmente num dos quartos do Marriott, cá em baixo os militantes acompanham a noite eleitoral nos televisores do bar. O site do MAI está em constante atualização: "Quem é que foi eleito agora, quem foi? O Tilly! O youtuber! Eish, vai ser a putaria!", ouviu-se de um simpatizante do Chega, de cerveja na mão. Trata-se João Tilly, cabeça de lista por Viseu e líder do conselho nacional do partido, gere um canal de Youtube com mais de 50 mil seguidores, com posições polémicas em relação às vacinas Covid-19 e à invasão russa na Ucrânia. Quando Putin invadiu a Ucrânia, o youtuber colocou o ónus da morte de ucranianos nas decisões do presidente Zelensky. "O que ele [Zelensky] está a fazer, resistindo, é prolongar a agonia do seu povo, e isso é muito mau, está a sujeitá-lo a um massacre…".
Do Chega, já foram reeleitos os deputados Pedro Galveias (Aveiro), Pedro Frazão (Santarém), Rui Afonso (Porto), Diogo Pacheco de Amorim (Porto) e Gabriel Mithá Ribeiro (Leiria). Já entraram no Parlamento o advogado e comentador António Pinto Pereira (Coimbra) e a professora Diva Ribeiro (Beja), presidente da concelhia de Beja do partido.
A eleição de Nuno Melo foi saudada com tímidos aplausos na sala onde os apoiantes da AD se concentram, ainda que grande parte deles esteja nobardo hotel Epic Sana enquanto se esperam pelos resultados. O CDS acaba de voltar ao parlamento, disse uma apoiante do partido a Diogo Moura. O vereador do CDS na CML respondeu que já sabiam e já tinham comemorado. É o regresso ao Parlamento do partido que ficou sem deputados em 2022, apesar de ter tido mais votos do que o PAN e o Livre. Nuno Melo foi eleito pelo círculo do Porto. O novo deputado está reunido com o restante círculo próximo do PSD num andar superior do Epic Sana Marquês.
Se em 2022 a CDU conseguiu um deputado pelo círculo eleitoral de Beja e o PS dois, o cenário mudou em 2024. O PS elege um deputado, o Chega ficou em segundo lugar com outro e o PSD elege o terceiro e último deputado.
Praticamente uma hora passada desde as primeiras projeções dos resultados eleitorais, desfez-se o silêncio no hotel Sana Metropolitan, o local escolhido pela CDU para acompanhar os resultados eleitorais e para reagir a estas legislativas. Os militantes do partido que se encontram numa das salas do primeiro piso do hotel lisboeta reagiram a uma declaração de Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do PCP, com cânticos de "CDU!".
Os cânticos surgiram depois de Vasco Cardoso ter terminado uma declaração com a expressão "viva a CDU". Antes, afirmou que os dados apurados até agora sugerem um "resultado eleitoral que aponta para a resistência da CDU nestas eleições". O partido, que em 2015 elegeu 17 deputados, em 2019 elegeu 12 deputados e em 2022 elegeu seis deputados, deverá agora eleger entre 1 e 5 deputados. Na hipótese mais otimista, perde, em dez anos, mais de dois terços da dimensão da sua bancada parlamentar - e não cresce, cenário em que o secretário-geral do partido, Paulo Raimundo, disse acreditar antes do ato eleitoral.
Apesar de tudo isto, e na senda de outras noites eleitorais difíceis para o PCP, não se ouviu ainda a expressão "mau resultado" ou "resultado dececionante" no quartel-general escolhido pela CDU para este 10 de março. E Vasco Cardoso também não as proferiu, falando antes em "sementes que germinarão em abril, em maio e no futuro, na defesa dos interesses dos trabalhadores" e num resultado que pode ser "muito importante" para "enfrentar a direita e as forças reacionárias" - "E bem o povo português vai precisar de uma CDU forte" dados os resultados desta noite, rematou.
"O PS deve preparar-se para liderar a oposição", sentenciou Manuel Alegre, à chegada ao quartel-general do partido, no Hotel Altis. Veio "dar um abraço" a Pedro Nuno Santos, que isenta de responsabilidades: "A derrota é do PS e não do Pedro Nuno Santos". Momentos depois, passa pela porta giratória do hotel em direção ao elevador o ministro demissionário José Luís Carneiro (já eleito deputado por Braga) com a mesma intenção: "dar um abraço a Pedro Nuno Santos".
Fora da sala, em frente à mesa da comida, Alexandra Moreira, número 1 do PAN por Setúbal fala com um militante sobre os primeiros resultados e projeções. Suspira e diz: "A questão aqui é a capacitação das pessoas, esse é o trabalho difícil de fazer". Ao lado, as duas candidatas por Viseu mostram-se satisfeitas com as votações no seu distrito, dizem que já ultrapassaram as de 2022.
Palmas e gritos para um Pedro Nuno Santos que já vai sendo dado como líder da oposição, na sala do -1 do Altis. "Hoje, independentemente do resultado eleitoral, abrir-se-ia sempre um novo ciclo no PS e tenho a certeza de que não há ninguém -militante ou simpatizante - que não tenha um grande orgulho e uma grande esperança no seu secretário-geral", acredita o diretor de campanha do PS, João Torres.
Na reação tardia, Isabel Mendes Lopes dirigiu-se à sala sob fortes aplausos. "Isabel!, Isabel!", gritava-se na sala bastante composta do Teatro Thalia. Apesar do entusiasmo, a número dois ao círculo eleitoral de Lisboa começou por nivelar expectativas e referiu que "ainda é muito cedo" para se pronunciarem sobre cenários de governabilidade.
Isabel Mendes Lopes enumerou em seguida os pontos aos quais o Livre se tinha proposto para estas eleições, fazendo um balanço desta campanha: "eleger um grupo parlamentar, ajudar a esquerda a ser o maior campo político em Portugal, tanto em votos como em mandatos, e afastar extremistas do poder", refere, concluindo: "podemos dizer que, segundo projeções, o primeiro se pode confirmar".
Quanto aos dois primeiros objetivos, "estão em aberto", ressalvou, "principalmente se considerarmos que a esquerda está a par com a direita democrática, tanto em votos como em mandatos". "Vamos aguardar", concluiu.
No final, questionada sobre a posição do partido relativamente a um cenário de vitória da direita, Isabel Mendes Lopes disse aos jornalistas "ainda temos esperança que seja possível uma maioria de esquerda" e voltou a reforçar a posição que Rui Tavares já havia defendido em campanha: "se houver uma maioria de esquerda, faremos parte da solução, se houver uma maioria de direita, faremos parte da oposição".
A porta-voz do PAN era esperada pelas 19h30, mas só chegou pelas 20h23. Vários elementos da equipa desceram para subirem com Inês Sousa Real no elevador. À chegada ao 1.º piso ainda houve mais um compasso de espera: Inês Sousa Real e algumas das principais caras do partido ficaram especadas em frente ao elevador à espera do ok de uma das televisões para entrar em direto, a RTP. "Esperamos o que for preciso", dizia sorridente. "Quando o direto começar já temos eleitos quatro deputados". Já de câmara ligada, a porta-voz do PAN repetiu a fórmula da noite de que há uma grande amplitude possível de resultados e que vai aguardar "calma, serena e confiante".
André Ventura, presidente do Chega, chegou ao hotel Marriott em apoteose. "Este é o dia que assinala o fim do bipartidarismo em Portugal", afirmou. "Mais do que ser histórico, temos de dar um governo em Portugal", disse o deputado, que se mostrou disponível para "construir um governo" com a Aliança Democrática (AD).
"[Os portugueses] Claramente que querem um governo de dois partidos", afirma.
Pelolobbydo hotel, Ventura ia respondendo aos jornalistas ao lado da mulher, seguido pelos deputados do Chega Pedro Pinto, Pedro Frazão, Rui Paulo Sousa e pelo ex-deputado do PSD Rui Cristina, que agitava a cabeça constantemente ao seu novo líder político. Ventura não foi diretamente para o palanque da sede de campanha - fez um desvio para os elevadores, rumo ao quarto reservado à cúpula.
Diretor da campanha socialista, João Torres, admitiu que "resultados das projeções ficaram aquém das expetativas que tínhamos e para as quais trabalhámos com afinco, empenho e dedicação". "Mas a democracia é mesmo assim", acrescentou, dizendo que o partido aguarda agora pela divulgação dos resultados finais.
A sala do Altis, quartel-general do PS, ficou composta para assistir à primeira análise da direção do partido, que admitiu ficar como oposição no Parlamento. "O PS não criará impasses constitucionais, mas o PS não é o parceiro natural da AD", disse ainda João Torres, que foi mais longe e já antevê que "ninguém espera do PS que viabilize orçamentos da direita em Portugal".
"Ainda não ganhámos, só no final", comenta Hugo Soares a um apoiante, que lhe deu os parabéns. O dirigente do PSD foi o primeiro da coligação AD a comentar as projeções. Realçou que se perspectiva "um dos piores resultados de sempre da esquerda" e falou em "confiança e tranquilidade". As projeções "apontam para um grande sentimento de mudança", disse. O ambiente no quartel-general da AD é morno face ao resultado do Chega.
Leitão Amaro foi o primeiro deputado eleito pela AD nestas legislativas, por Viseu. Elza Pais é a primeira deputada eleita pelo Partido Socialista, pelo círculo eleitoral de Viseu. Vai cumprir o seu quinto mandato como deputada.Veja aqui a composição do novo plenário.
"Os dados apontam para a nossa resistência". A afirmação foi proferida há minutos por Fernanda Mateus, que integra a Comissão Política do PCP, em declarações aos jornalistas. Isto apesar de todas as sondagens à boca das urnas apontarem para uma queda da CDU, que na hipótese mais otimista será de um deputado (passando de seis para cinco) e na mais pessimista será de cinco deputados (o partido ficaria reduzido a uma bancada parlamentar de deputado único).
Apesar de tudo isto - e de uma tendência de descida que se verifica desde 2015 (17 deputados) e 2019 (12 deputados) -, o PCP acha que é cedo para cantar derrota. "Os dados apontados, com intervalos grandes, apontam para uma resistência da parte da CDU. Daremos continuidade aos compromissos que assumimos na campanha, com coragem e determinação", refere Fernanda Mateus.
"Seremos uma força que enfrentará com coragem a política de direita. Estamos confiantes de que vamos resistir e que continuaremos cá a partir de dia 11 a intervir e contribuir para as soluções do País", reforça a integrante da comissão política do partido. "Somos uma força que tem um passado e um património conhecidos na defesa intransigente dos interesses do país", acrescenta, descrevendo os projetos da AD, do Chega e da IL como "projetos de dieta reacionários" e lamentando que "muita gente descontente" tenha "caído numa força [Chega] que não vai resolver nenhum dos seus problemas".
O ponto médio das projeções da Intercampus para a CMTV - tal como as da Católica para a RTP - apontam para uma votação conjunta do PSD e do PS abaixo de 57%, que a confirmar-se será a segunda mais baixa de sempre em democracia. A mais baixa foram os 50,6% do PSD (sem o CDS) e do PS em 1985, depois do resgate duro do FMI em 1983-85 - e quando uma terceira força política, o PRD, conseguiu 17,9% dos votos (perto do que o Chega pode alcançar hoje). André Ventura, a falar aos media, proclama "o fim do bipartidarismo em Portugal".
No PAN, Ernesto Morais, da Comissão Política Permanente do PAN, não se compromete, diz, que as projeções ainda dão uma grande amplitude de resultados. "Vai ser uma noite longa e estamos expectantes de que resultados serão positivos", diz seguido de um aplauso. Pouco depois, Inês Sousa Real chegou junto dos seus apoiantes.
Todas as sondagens à boca de urna dão a vitória à AD, mas longe da maioria.Veja aqui neste artigo todos os resultados.
Ambiente de festa na sede de campanha do Chega. Primeiro, os militantes do Chega acompanharam a contagem decrescente das sondagens à boca das urnas pela televisão - e quando viram que o resultado do partido duplicaria, alguns aplausos e cânticos inundaram a sala. O tom só subiu mais tarde: elementos da cúpula desceram do quarto de hotel onde acompanharam a noite eleitoral e incentivaram a celebração. "Vamos! Chega! Chega!", gritava o deputado Pedro Frazão, vice-presidente do partido, acompanhado por Patrícia Carvalho e Bernardo Pessanha.
O primeiro a reagir aos resultados foi o líder da bancada parlamentar, Pedro Pinto: "Estamos perante uma noite histórica. Em Portugal vai haver uma viragem, vai haver uma vitoria da direita e vai continuar a haver um grande resultado do Chega", afirmou. "Aconteça o que acontecer, já percebemos que o Chega vai no mínimo dobrar a votação. (...) Uma coisa já conseguimos: é que a esquerda não ganhe em Portugal."
Mãos na cara, pernas bambas, pedidos de calma. As primeiras projeções, que colocam à frente a AD, caíram como uma pedra no charco na sala dos socialistas, no Altis. Às 20:00 em ponto, cerca de meia centena de socialistas reuniram-se em frente a quatro ecrãs televisivos e depois do pivô da RTP (o único canal com som), José Rodrigues dos Santos, ter anunciado que as suas projeções são mais favoráveis ao partido de Montenegro a sala ficou em silêncio uns segundos. Da fila da frente, chegou depois motivação: "é um empate técnico. Não há maioria. Vamos esperar. Ainda é possível". E os socialistas erguem os punhos e gritam "PS, PS, PS…".
Se a reação no quartel-general da AD foi festiva, no PAN, foi atrasada a reação. Afinal, perto das 20 horas, não era confirmado àSÁBADOquando chegaria a líder Inês Sousa Real. "Boa pergunta", disse fonte do partido. Já na CDU, o silêncio foi sepulcral, e junto do Bloco de Esquerda, não houve comentários. Houve palmas contidas na IL (ver vídeo) perante a notícia de vitória da AD, que significará um aumento da influência do partido na governação. O ambiente, contudo, não é de festa - a IL, se crescer, vai crescer pouco. A IL terá o seu tecto eleitoral fixado hoje.
No quartel-general da AD, Paulo Núncio ia repetindo: "Vamos ganhar isto, está difícil, está apertadinho." O dirigente do CDS-PP causou polémica durante a campanha pelas suas declarações sobre o aborto. Passeia-se bem disposto pelos corredores do Epic Sana Marquês. Mal apareceram as projeções, os presentes na sala do Epic Sana saltaram das cadeiras com a vitória da AD. Gritou-se Portugal e bateram-se palmas.
Rui Tavares chegou ao Teatro Thalia perto das 19h40, acompanhado de Isabel Mendes Lopes, número dois por Lisboa. O porta-voz do Livre mostrou-se satisfeito pelos números da abstenção terem descido e voltou a frisar o espaço que o Livre veio preencher na ala da esquerda verde em Portugal: "Qual é o tamanho desse espaço? Estamos preparados para tudo".
Questionado o estado de espírito nesta altura, Rui Tavares mostrou-se divertido e admitiu estar "um bocadinho nervoso". Disse que esta seria "uma noite longa" para um partido como o Livre, pela possibilidade de existirem "vários mandatos que sejam decididos nas últimas contagens de votos".
Angelique Da Teresa, vice-presidente da IL, chama "sinal de vitalidade da nossa democracia" à projecção de uma taxa de abstenção mais baixa, potencialmente a mais baixa desde 2005. A dirigente da IL diz que a abstenção seria ainda menor se "milhares de votos não fossem atirados para o lixo", uma farpa ao sistema eleitoral português, que beneficia os partidos maiores.
Na sede do Bloco de Esquerda, já estão Fernando Rosas, Luís Fazenda e Pedro Filipe Soares. Mariana Mortágua já se encontra no quartel-general bloquista, mas não entrou pela porta principal.
Numa declaração rápida aos jornalistas, sem direito a perguntas, no átrio do Hotel Altis, o socialista Pedro Delgado Alves quis "assinalar a subida da participação eleitoral", que, segundo as últimas projeções, poderá ficar entre o 35,5% e o 40,5% - a percentagem mais baixa da última década. "Os portugueses responderam e estiveram hoje nas urnas", sublinhou, partilhando, em nome do partido, "uma nota de satisfação" e destacando o "voto como arma principal".
"Consideramos que haver uma maior participação é um dado positivo", diz Paulo Muacho, candidato do Livre por Setúbal, na reação às projeções da abstenção. O cofundador do partido enalteceu a afluência às urnas apesar das condições climatéricas e disse que esta foi uma campanha eleitoral esclarecedora do Livre. No entanto, Paulo Muacho referiu que existiram "muitas mentiras a circular nas redes sociais", "muita desinformação", como tem acontecido na Europa, e que esse facto merecia a atenção especial. Por último, questionado sobre se esperava ser eleito esta noite, Paulo Muacho foi perentório: "Sim. Temos essa expectativa".
Pela sede do PAN, Pedro Fidalgo Marques, o n.º 3 por Lisboa, está a distribuir bandeiras. Já Paulo Vieira de Castro, membro da direção nacional do partido e candidato pela Europa, faz compasso de espera para comentar abstenção. "Não me recordo de umas eleições em que a esta hora está tudo em aberto no que diz respeito aos resultados", diz o membro da direção do PAN. Na sede já estão vários elementos do partido, nomeadamente jovens. Estão cá a número 1 e 2 por Viseu que também fazem parte da Comissão Instaladora da Juventude do partido, que vai efetivar a criação de uma juventude do PAN.
A CDU já reagiu às primeiras projeções para a abstenção. Fê-lo através de Manuel Rodrigues, membro da comissão política do PCP. Em declarações aos jornalistas, Manuel Rodrigues saudou "a participação dos eleitores neste importante momento da nossa vida democrática", considerando que esta deu "expressão concreta aos valores de Abril", neste "ano em que comemoramos os 50 anos" da revolução.
O PCP elogia o "sinal de vitalidade" dado pela população, "exercendo de forma participada um direito que tanto custou a conquistar, e no qual o PCP teve um tão relevante papel".
Manuel Rodrigues defende ainda que a coligação PCP-PEV contribuiu para a participação através do voto. "A CDU fez uma campanha que, pelo contacto direto, pela dinâmica de massas, pelo esclarecimento, evitando oshow-off", ajudou a mobilizar eleitores, crê.
É a partir do Teatro Thalia, ainda só com a presença de jornalistas a esta hora, que o Livre vai este domingo ficar a saber se consegue o grupo parlamentar. Ao longo da campanha, focada nos círculos eleitorais de Lisboa, Porto e Setúbal, Rui Tavares, deputado único desde 2020, mostrou-se confiante na importância futura que o Livre pode ter na governação em Portugal.
Pelas 19:00, a noite eleitoral do Chega acontece no bar do Hotel Marriott. Militantes vão chegando e esperando pelos resultados à boca das urnas de cerveja na mão. "Qual é a sondagem verdadeira, qual é? O Chega está com quanto?", ouve-se. Pelo meio, o deputado e secretário-geral do Chega, Rui Paulo Sousa, falou com os jornalistas e aplaudiu a baixa taxa de abstenção: "É saudável que todos os Portugueses tenham cumprido o seu dever cívico. (...) É uma das maiores adesões dos últimos 20 anos."
As projeções das televisões para a abstenção nas eleições legislativas de hoje indicam que deverá situar-se entre os 32% e os 46,5%.
A RTP avançou às 19:00 uma previsão de abstenção de 32% a 38%, a SIC com 35,5% a 40,5% e a CNN entre os 40,5% e os 46,5%. A CMTV aponta para uma abstenção entre 39% e 43%.
"É um dia feliz para a democracia portuguesa", comentou Pedro Nuno Santos, minutos antes das 19 horas, quando chegou ao quartel-geral do Partido Socialista, no Hotel Altis, em Lisboa. O secretário-geral do PS não quis estender-se mais e abordar cenários eleitorais, desculpando-se com o facto de as urnas ainda estarem abertas (fecharam às 19:00).
Às 19 horas, fecharam as urnas em Portugal continental e Madeira. Às 20 horas de Lisboa, encerrarão as dos Açores.
Dezassete deputados (8,25% dos votos) em 2015, 12 deputados (6,33%) em 2019, seis deputados (4,3%) em 2022. É com esta tendência de queda que a CDU - a coligação formada pelo Partido Comunista Português (PCP) e pelo Partido Ecologista Os Verdes (PEV) - chega às eleições deste 10 de março de 2024.
Paulo Raimundo, que enfrenta aqui a sua primeira eleição como secretário-geral do PCP (depois de 18 anos de liderança de Jerónimo de Sousa), tem manifestado confiança de que a CDU vai "reforçar" o seu resultado eleitoral de 2022 e "crescer" significativamente, contrariando as estimativas sugeridas pela maioria das sondagens.
Para já, fora a movimentação habitual de jornalistas, vive-se um ambiente muito calmo no hotel Sana Metropolitan, o local escolhido pela CDU para acompanhar a noite eleitoral.
No quartel-general do PAN, na mesa estão servidos pão com chouriço, bolo de chocolate e rolos de pizza - tudo vegan. Até a escolha do local teve razões ambientais.
A escolha da Estação Rossio para noite eleitoral tem a ver com as causas do Pan, explicam. "Quisemos que fosse num sítio histórico e que tivesse a ver com sustentabilidade e o desenvolvimento da ferrovia, que também está no nosso programa", explica uma fonte do partido àSÁBADO. Na sala, ouve-se: "O ADN com grandes perspectivas de eleger um deputado", com incredulidade.
O partido liberal, que elegeu pela primeira vez um deputado à Assembleia da República em 2019, tinha como objetivo à partida para estas eleições duplicar o número de mandatos – isto significa ter 16 mandatos face aos oito de 2022. Será difícil: as sondagens têm sinalizado que a IL terá um resultado pouco acima dos 4,9% alcançados em 2022. Mas há outra dimensão importante para o partido de Rui Rocha hoje. Se a AD vencer as eleições, a IL será uma peça importante para uma solução de governo, seja numa coligação ou num arranjo parlamentar. Ou seja: o partido pode falhar o objetivo, mas ganhar influência.
No quartel-general do PAN para esta noite eleitoral, na estação do Rossio, só há ainda jornalistas e assessores do partido. A porta-voz, Inês Sousa Real, chegará pelas 19h30.
O líder do CDS-PP também já está no hotel onde se encontra Montenegro. Nuno Melo diz estar muito confiante, mas afirmou que iriam "aguardar" por mais informações. Elogiou o aumento da participação nas eleições.
O líder da AD fez algumas declarações à chegada ao hotel Epic Sana, onde vai passar a noite eleitoral. "Se se confirmar que houve mais participação é um bom sinal, que fomos todos suficientemente apelativos, para os portugueses tomarem vontade de tomar uma decisão."
"São eleições importantes para o futuro do País", frisou. O candidato diz não ter preparado nenhum discurso.
Em todas as sedes de partidos, aguardam-se as projeções que sairão cerca das 20 horas. As legislativas são o primeiro passo do processo de formação de Governo.Saiba o que se segue neste artigo sobre o calendário político até abril/maio.
As urnas já fecharam em Portugal continental e na Madeira, seguindo-se os Açores às 20 horas (de Lisboa). 18 forças políticas, entre elas os oito partidos representados no Parlamento, concorrem nestas legislativas, suscitadas pela demissão de António Costa depois da Operação Influencer.
Acompanhe os jornalistas da SÁBADO nas sedes da AD, PS, Chega, Iniciativa Liberal, Livre, Bloco de Esquerda, CDU e PAN.
Para a ministra do Trabalho, o combate a quem se serve da generosidade da lei podia começar em casa.
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