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CDU, “o povo” e “os trabalhadores”: o caso clássico de um amor não correspondido

Gonçalo Correia
Gonçalo Correia 11 de março de 2024 às 00:56

Quando alguém se declara insistentemente a quem não o quer, isso pode ser uma relação tóxica. O histórico PCP, que este domingo elegeu quatro deputados, continua a ter como prioridade a defesa “do povo” e “dos trabalhadores” - mas o povo e os trabalhadores não estão para aí voltados.

As contas fazem-se facilmente: 17 deputados em 2015, 12 em 2019, seis em 2022, quatro em 2024. Outro prisma: nos últimos três anos, cada vez que a CDU foi a eleições - e foram duas - viu ou metade do grupo parlamentar desaparecer (2022) ou quase (este domingo, conseguiu eleger o quarto deputado ao último fôlego). No hotel Sana Metropolitan, em Lisboa, o secretário-geral comunista, Paulo Raimundo, prometia: mesmo com um resultado "que não é positivo", que é "um desenvolvimento negativo", "cá estará a força do povo e dos trabalhadores". Diria ainda: "Podem os trabalhadores e o povo contar com a iniciativa da CDU para dar resposta aos problemas."

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