"Gostaria que o legado de António Arnaut fosse uma inspiração, obviamente que com novos desafios e novos contextos, mas que a sua dedicação à República e ao bem público, ao bem comum, continuasse a ser uma inspiração, nessa [a Saúde] como em muitas outras áreas", disse Vieira da Silva à agência Lusa.
Em declarações na Figueira da Foz, à margem de um encontro nacional de Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, o ministro sublinhou que a morte de António Arnaut, ocorrida hoje em Coimbra, aos 82 anos é "um momento de tristeza para a democracia portuguesa, para os democratas e muito em particular para os socialistas".
"Obviamente que a ligação dele ao Serviço Nacional de Saúde é algo que marcará decerto o seu papel na História, mas, mais do que isso, a sua figura como um grande democrata é algo que não deixará nunca de ser lembrado. É um momento de tristeza para todos nós, julgo que a generalidade dos portugueses acompanha esse sentimento", frisou Vieira da Silva.
O ministro considerou ainda António Arnaut "uma das grandes figuras da democracia portuguesa" e que o seu desaparecimento "deixa um vazio importante".
O antigo ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde e cofundador do PS, morreu hoje em Coimbra, aos 82 anos, disse à agência Lusa fonte dos socialistas.
António Arnaut, advogado, nasceu na Cumeeira, Penela, distrito de Coimbra, em 28 de janeiro de 1936, e estava internado nos hospitais da Universidade de Coimbra.
Presidente honorário do PS desde 2016, António Arnaut foi ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano e foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade e com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Poeta e escritor, António Arnaut envolveu-se desde jovem na oposição ao Estado Novo e participou na comissão distrital de Coimbra da candidatura presidencial de Humberto Delgado.