Miguel Santos foi escolhido na concelhia por unanimidade. "O processo agora está nas mãos da direção nacional", diz à SÁBADO o ex-membro da Comissão Política Nacional de Pedro Passos Coelho.
Por todo o país, as estruturas do PSD continuam a indicar candidatos autárquicos. Ontem à noite a concelhia de Valongo aprovou, em voto em urna e por unanimidade, o nome de Miguel Santos, visto como um dos críticos da atual direção. As conversas com o ex-deputado já se arrastavam desde novembro e Santos decidiu ontem aceitar a nomeação, com um discurso que não poupou nas críticas a Rui Rio.
Lusa
"As pessoas que, de diversa forma, corporizaram a renovação interna não aparecem disponíveis para liderar candidaturas autárquicas, quando essa seria a sua natural e consequente responsabilidade política", atirou Miguel Santos no discurso feito perante a concelhia de Valongo, no qual notou que "a maioria das candidaturas apresentadas pelo PSD são corporizadas, afinal, por militantes ou personalidades que, de maior ou menor monta, se destacaram exatamente durante o anterior ciclo partidário".
Ora, esse é precisamente o seu caso. Miguel Santos foi presidente da comissão política concelhia de Valongo, secretário-geral e vice-presidente da distrital do PSD do Porto, diretor do Povo Livre e – como fez questão de sublinhar – "integrante de boa memória da comissão política nacional do PSD presidida, de forma responsável, séria e com sucesso comprovado, por Pedro Passos Coelho".
Contactado pela SÁBADO, Miguel Santos limita-se a dizer que "o processo está agora nas mãos da direção nacional, cabe à direção homologar a candidatura, está nos estatutos". De resto, lembra, as intenções da concelhia podem esbarrar na vontade de Rui Rio. Foi o que aconteceu em Coimbra, onde o candidato escolhido pela concelhia, Nuno Freitas, não foi aceite por Rio, que preferiu ver o independente José Manuel Silva encabeçar a lista social-democrata.
Aos membros da comissão política de Valongo, Miguel Santos confessou não ter "ilusões" sobre a sua candidatura: "Será um desafio eleitoral que enfrentarei, em tempos desfavoráveis e conturbados, e em que as hipóteses de vitória são remotas". Mas disse esperar do partido a mobilização dos "meios adequados e suficientes à organização de uma campanha respeitadora e decente que tenha como prioridade o esclarecimento dos valonguenses".
Afastado da vida política desde que deixou de ser deputado, Miguel Santos diz que estava "centrado nas prioridades familiares e da profissão", mas que resolveu aceitar ser candidato à Câmara de Valongo por "razões afetivas, emocionais e de compromisso com o bem-maior que o PSD representa na sociedade portuguesa".
"O PSD tem de apresentar um projeto político de desenvolvimento para o concelho de Valongo assente na promoção económica e, por consequência, na necessidade de criar emprego e em medidas de alívio fiscal que possibilitem às famílias e empresas seguir em frente nas suas vidas. O PSD deve apresentar um projeto político centrado nas necessidades das pessoas com uma estratégia e medidas que procurem atenuar os terríveis efeitos da crise económica e social provocada pela pandemia e em apoiar as pessoas a ultrapassar as enormes dificuldades com que estão confrontadas", defendeu Miguel Santos.
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