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Entre os milhares de cursos disponíveis, 40 ficaram sem qualquer aluno colocado. Orlando Rodrigues, do Instituto Politécnico de Bragança, alerta que “o problema é que os cursos que ficam com menos candidatos são os que fazem mais falta ao mercado de trabalho”.
Os candidatos ao ensino superior ficaram a saber se foram colocados no passado domingo e a partir de segunda-feira começaram a fazer as suas matrículas. Apesar de ter existido uma taxa de colocação de 90,1%, entre os milhares de cursos disponíveis 40 ficaram sem qualquer aluno colocado e outros 200 têm menos de dez estudantes.
Ensino superior português debate condições de acesso após vagas não preenchidasMariline Alves/Mariline Alves
Este é um fenómeno que ocorre todos os anos no entanto Orlando Rodrigues, presidente do Instituto Politécnico de Bragança, instituição onde mais vagas ficaram por ocupar (1.282), partilha com a SÁBADO que “este ano esta questão ficou ainda mais dificultada pelas condições de acesso que foram substancialmente agravadas”. Isto porque durante a pandemia foi estabelecido um regime especial que ditava que os exames nacionais deixavam de contar para a nota final do secundário, sendo apenas necessários como prova de ingresso, mas em 2023 foi aprovada a alteração do sistema, implementada pela primeira vez neste concurso, e passaram a ser necessárias duas provas de ingresso para todos os cursos.
Questionado sobre se há uma necessidade de adaptar a oferta à procura por parte dos candidatos, o professor esclarece que “o problema é que os cursos que ficam com menos candidatos são os que fazem mais falta ao mercado de trabalho, como é o caso das engenharias”, porque “muitos destes cursos pedem exames de Matemática e Física, onde normalmente existem mais dificuldades” admite. Além disso, Orlando Rodrigues considera que os alunos se tendem a concentrar noutras áreas “com muita procura, mas pouca necessidade no mercado de trabalho”.
Orlando Rodrigues considera que os dados de acesso ao ensino superior nos devem levar a uma reflexão mais ampla uma vez que acredita que é preciso “olhar de forma integral, começando logo o trabalho pelo secundário, para que a situação se equilibre e os interesses dos alunos sejam mais próximos das necessidades do mercado de trabalho”.
Ainda assim Orlando Rodrigues reforça que estes cursos acabam muitas vezes por ser necessários porque “existe ainda a segunda fase de candidaturas, além de todos os outros regimes de ingresso, como é o caso do Programa Mais 23, do programa para estudantes oriundos das vias profissionais, ou até mesmo das mudanças de curso”. Este tipo de programas têm um limite de vagas que podem ser disponibilizadas por curso pelo que “só depois da segunda fase é que podem ser totalmente revertidas para os concursos especiais”, que têm formas de acesso distintas e não dependem dos exames nacionais de secundário.
“Nos últimos dez anos temos tipo uma população de constante, cerca de 110 mil alunos, no 12º ano, no entanto estão a entrar menos estudantes para o ensino superior”, para Orlando Rodrigues a principal justificação para esse fenómeno é que “têm existido muitas variações nas medidas de acesso ao ensino superior” e que estas têm de ser mais estudadas para permitir o acesso ao maior número de alunos possíveis. Este ano candidataram-se ao ensino superior 48.718 alunos, menos 16,4% do que no ano passado e foram colocados 44 mil, sendo preciso recuar até 2016 para encontrar um número mais baixo (42.958). No total do país existem 11.513 vagas disponíveis para a segunda-fase, um aumento de 130,4%.
Orlando Rodrigues defende que “as instituições de ensino superior têm capacidade para acolher mais estudantes, a estrutura está montada, pelo que falta fazer com que mais alunos consigam cá chegar”.
“Existirem mais jovens a frequentar o ensino superior faz muita diferença na economia e evita que estes jovens tenham empregos precários”, conclui.
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