Sindicato admite que a greve "não traz benefícios ao trabalhador ou à entidade patronal e, muito menos, para o nosso país", mas que não houve outra alternativa.
O presidente do sindicato de motoristas de matérias perigosas assegurou à Lusa que o setor é contra agreve, forma de luta que consideram prejudicial para patrões e trabalhadores, mas, sem outra opção, tiveram que recorrer à "bomba atómica".
"Temos noção do que se passou e sempre dissemos, desde o início da constituição da associação que, posteriormente, deu início ao sindicato, que não somos a favor da greve. Até nos plenários costumávamos dizer [que é] a 'bomba atómica'", afirmou o presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Francisco São Bento, em entrevista à Lusa.
Para o sindicato, a greve "não traz benefícios ao trabalhador ou à entidade patronal e, muito menos, para o nosso país".
Porém, após três plenários, e na ausência de outros meios para fazer valer as suas reivindicações, os motoristas deram "luz verde" para o sindicato "carregar no botão da bomba atómica", quase parando o país durante três dias.
A greve dos motoristas de matérias perigosas terminou esta manhã, após o sindicato e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terem chegado a acordo, sob a arbitragem doGoverno.
Na base do protesto estava o reconhecimento dos motoristas de matérias perigosas como uma categoria profissional especifica.
Francisco São Bento admitiu que, durante a paralisação, chegaram ao sindicato várias queixas relativas aos transtornos causados, mas ressalvou que também lhe chegaram mensagens de apoio.
"Recebemos um misto de sentimentos. Houve pessoas que ficaram revoltadas, com toda a razão, porque, [por exemplo], queriam ir trabalhar e o seu trabalho ficava a 70 quilómetros de casa e, diariamente, precisavam de ir abastecer e não foi possível", referiu.
Porém, o sindicato "também recebeu contactos telefónicos e e-mails de pessoas a dizerem: 'Fazem muito bem. Para a vossa profissão não se justifica um salário tão baixo".
Segundo o sindicalista, estes profissionais têm um salário base de 630 euros, ao qual acrescem também suplementos inerentes à função, trabalhando, normalmente, muitas horas acima do praticado noutras funções.
Durante a reunião que juntou o SNMMP e a ANTRAM, as duas partes comprometeram-se a concluir até dia 31 de dezembro um processo de negociação coletiva, sendo que a primeira reunião negocial terá lugar no próximo dia 29.
A negociação coletiva deverá assentar nos seguintes princípios de valorização: individualização da atividade no âmbito da tabela salarial, subsídio de risco, formação especial, seguros de vida específicos e exames médicos específicos.
A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, convocada pelo sindicato, teve início às 00:00 de segunda-feira e envolveu entre 800 a 900 trabalhadores.
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