Protestos contra o encerramento dos hospitais centrais da cidade e a privatização do Teatro Maria Matos.
Cerca de três dezenas de pessoas manifestaram-se esta terça-feira na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), durante o período dedicado à intervenção do público, contra o encerramento dos hospitais centrais da cidade e a privatização do Teatro Maria Matos.
A primeira munícipe a intervir na abertura da reunião plenária foi Fátima Amaral, que falou em nome da plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde, para defender a manutenção dos seis hospitais que constituem o Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC): São José, Santa Marta, Capuchos, Curry Cabral, Dona Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa.
O novo Hospital Lisboa Oriental - que está previsto entrar em funcionamento em 2023 e irá ocupar cerca de 130 mil metros quadrados na zona de Chelas - deverá substituir este complexo hospitalar localizado no centro da cidade.
Para a plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), esta decisão não serve os interesses da cidade.
"A construção do novo Hospital de Lisboa Oriental não pode servir para destruir os seis hospitais públicos" do CHLC, salientou Fátima Amaral perante os deputados municipais.
A munícipe criticou também o facto de estar prevista uma redução de camas, de blocos operatórios, gabinetes de consulta e postos de trabalho.
"Dadas as evidentes carências, um novo hospital na zona oriental é importante, mas é igualmente relevante para a melhoria do SNS que este seja público e que os hospitais envolvidos neste pacote continuem a funcionar", advogou.
Para Fátima Amaral, este projecto do Governo vai ainda "dar uma mãozinha à progressiva destruição da cidade".
No final da sua intervenção, as cerca de duas dezenas de pessoas que se deslocaram à AML começaram a manifestar-se, gritando "a saúde é um direito, não é um negócio" e "a luta continua".
Do local onde o público costuma assistir às reuniões foi envergada uma faixa onde era possível ler-se "substituir seis hospitais públicos por um hospital privado, não obrigado. Pela nossa saúde!".
Perante esta situação, o presidente em exercício, Rui Paulo Figueiredo (PS), interveio para pedir aos munícipes para não se manifestarem e não perturbarem o andamento dos trabalhos.
No final da intervenção, os manifestantes bateram palmas e retiraram-se.
Após esta situação, Rui Paulo Figueiredo deu a palavra ao munícipe Rui Mourão, que falou no que considerou ser "uma negociata [que está] a correr em relação ao teatro Maria Matos".
Considerando que "o teatro vai para os actores da televisão", o munícipe defendeu que o processo de concessão do Maria Matos a uma entidade privada se enquadra numa "estupidificação da cultura".
"O que está em causa é escolhermos entre valor da arte e o valor de negócio", elencou, acusando a Câmara Municipal de Lisboa de "travestismo político".
Apontando também que a "especulação imobiliária está a dar cabo da cidade", Rui Mourão considerou que "este PS está a gentrificar tudo à volta".
No final da sua intervenção, duas pessoas levantaram-se e gritaram "não passarão, negociatas não".
Protestos do público marcam arranque da Assembleia Municipal de Lisboa
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