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“Mudar aquilo que não funcionou": o programa eleitoral de Pedro Nuno Santos

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 11 de fevereiro de 2024 às 17:59
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Rastreios auditivos para todas as crianças, IRS jovem para todos, independentemente do grau académico, e investimento nos cuidados de saúde primários foram algumas das medidas apresentadas pelo Partido Socialista.

Pedro Nuno Santos está a apresentar o programa eleitoral do PS, sendo um dos últimos partidos fazê-lo.

Lusa

O evento no Teatro Thalia contou com a presença de muitos socialistas entre eles José Luís Carneiro, adversário de Pedro Nuno Santos nas eleições internas, Eurico Brilhante Dias ou Mariana Vieira da Silva. No entanto António Costa não marcou presença.

O programaPlano de Ação para Portugal Inteirofoi dividido em cinco missões: uma economia em transformação, assente em contas equilibradas; um estado social forte, moderno e inclusivo; um território inteiro e uma transição climática justa; uma democracia de qualidade para todos e um Portugal central na Europa e no Mundo.

Após Fernando Medina discursar como rosto da continuidade, relembrando o trabalho feito desde 2015 que permitiu uma "transformação notável" na economia do país com "recuperação de rendimentos", Pedro Nuno Santos subiu ao palco para falar sobre o que é preciso mudar: "Mudar aquilo que não funcionou, mudar aquilo que não correu bem. Mudar as respostas que nós demos generosamente, mas que não produziram os resultados que nós esperávamos. Mudar não é desfazer, mudar não é destruir, mudar não é renunciar ao que fizemos e construímos".

Uma das primeiras coisas referidas como necessárias de mudar é a comunicação entre o conselho de ministros e povo português, passando a existir a abertura para explicar que algumas medidas podem não resolver todos os problemas, mas são as melhores possíveis tendo em conta os orçamentos que são necessários cumprir. "O povo vai compreender e vai estar do nosso lado", acredita o secretário-geral do Partido Socialista.

No que toca à saúde começa por afirmar que "o SNS foi a maior, a mais fantástica, a mais bonita construção coletiva do povo português" e por isso defende o aumento do investimento no Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente no que são os sistemas de rastreios e exames nos cuidados de saúde primários, assim como a reorganização da sua gestão.  

"Garantir a todas as crianças rastreios auditivos e visual a todas as crianças antes da idade escolar" e a existência de "medicina oral no SNS, através de uma carreira valorizada" são outras duas medidas apresentadas. 

Na habitação afirma que o PS lançou "o maior plano para habitação pública de sempre", mas que o processo demora e ainda é preciso tempo para que se vejam os resultados. Ainda assim defende que é preciso aumentar ainda mais do que está planeado o "parque público de habitação para a classe média".

Alteração da forma de atualização das rendas com o acréscimo do crescimento do salário na mesma, aumentar a dedução do valor das rendas em sede de IRS para oitocentos euros e alteração dos critérios de candidatura para o programa Porta 65, com a remoção do teto das rendas, mas mantendo o teto do apoio, são algumas das medidas apresentadas.

Respondendo às declarações de Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos declarou que o PS, "não cortou nem um euro nas pensões"  e insistiu na necessidade de mudanças no Complemento Solidário para Idosos, retirando a inclusão dos rendimentos dos filhos para o cálculo.

"Eu defendo a recuperação integral do tempo de serviço dos professores" afirmou Pedro Nuno Santos que deixou claro: "Se o Estado impõe ao privado o cumprimento de regras tem de fazer o mesmo com os seus". Ainda sobre esta questão o secretário-geral do Partido Socialista defendeu que são necessárias medidas para que a profissão se torne mais atrativa, como o aumento do salário de entrada na profissão.

O Partido Socialista quer "mais do que duplicar as camas para alojamentos deslocados no alojamento universitário" de forma que não "haja um único estudante em Portugal que terminado o 12º ano deixe de ir para a faculdade ou para o curso onde conseguiu entrar porque a família não consegue pagar os custos do ensino ou do alojamento". No ensino superior defendeu ainda a necessidade de continuar a baixar as propinas.

No que toca aos jovens Pedro Nuno Santos defendeu que o IRS Jovem deve ser "para todos os jovens, independentemente do seu nível de qualificação", ou seja, alargar o acesso aos benefícios para os jovens que não são licenciados.

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