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O novo líder do PS apelou à união, prometeu "encontrar espaço" para os adversários internos e continua a evitar comprometer-se com outros partidos. Para já, garante estar a "concretizar um sonho" — e até já é jocoso com jornalistas.
Foi em passo apressado que Pedro Nuno Santos entrou este sábado na sede do PS, no Largo do Rato. "É uma noite muito feliz", disse cercado por jornalistas. Foram as suas primeiras palavras enquanto sucessor de António Costa na liderança do partido. Pouco antes das 23h30, saiu do seu Peugeot 3008, estacionado estrategicamente longe dos jornalistas — e perto dos seus camaradas de campanha, a quem distribuiu afeto. Receberam abraços os deputados João Paulo Rebelo, Tiago Barbosa Ribeiro e Francisco César, assim como a ministra da Habitação Marina Gonçalves, outrora sua adjunta, chefe de gabinete e secretária de Estado, entre outros. Ao entrar na sede, Pedro Nuno Santos subiu as escadas do Palácio Praia e, recebido em apoteose pelos militantes, entre gritos de "PS, PS, PS" e punhos esquerdos no ar e abraços aqui e acolá, ora ao ministro Duarte Cordeiro, ora ao secretário-geral adjunto João Torres, deu o seu primeiro discurso enquanto líder para uma sala lotada. "Boa noite, camaradas. Quero agradecer aos milhares de militantes que mostraram como o PS foi, é e continuará a ser o maior partido político em Portugal", arrancou, dedicando a primeira palavra às cerca de 40 mil militantes que votaram no sufrágio interno.
EPA/MIGUEL A. LOPES
A vitória de Pedro Nuno Santos secretário-geral do PS não chegou com surpresa. Se no primeiro dia de votação Pedro Nuno Santos já tinha ganhado em 10 das 12 federações que votaram esta sexta-feira (só falhou Oeste e Vila Real) — divulgação parcial de resultados que levaram José Luís Carneiro a apelar a uma votação "tão democrática quanto possível" —, o derradeiro viria a confirmar uma vitória folgada para o ex-ministro das Infraestruturas: 62% dos votos, ficando à frente em 18 das 21 federações socialistas. Sobre José Luís Carneiro, que perdeu com 36% dos votos, o líder do PS garante que tratará "de encontrar espaço para poder participar neste projeto que é 'Portugal Inteiro'", afirmou em resposta aos jornalista, referindo-se ainda ao seu slogan de campanha. "Contamos com eles para a unidade. No PS, fazemos confrontos internos, mas terminados ficamos unidos. Somos um partido inteiro. O PS sempre teve essa capacidade de se unir."
Unidade para inglês ver
Se o partido ficou unido com a ala de José Luís Carneiro, não (a)pareceu. Os militantes mobilizaram-se para ver e aplaudir Pedro Nuno Santos num auditório completamente lotado, mas não apareceram para o discurso de derrota de José Luís Carneiro. O primeiro momento deixou uma sala cheia, o segundo deixou cadeiras vazias. "A partir de hoje somos todos socialistas, do grande partido da esquerda democrática. É com os valores da liberdade, igualdade e fraternidade que queremos servir o nosso pais", disse o ministro da Administração Interna no seu discurso, que discursava uma hora antes para sublinhar o "notável resultado" da sua candidatura. "Não tendo sido maioritária, esta candidatura teve dos mais notáveis resultados das candidaturas não ganhadoras, até hoje", acrescentou.
Unidade foi uma das ideias centrais repetidas pelos dirigentes socialistas. "O PS é um grande partido e todos os grandes partidos são feitos de sensibilidades diferentes. (...) Agora é contruir a unidade interna até 10 de março", apontou Eurico Brilhante Dias, líder da bancada do PS, o primeiro a falar às televisões após haver sucessão à liderança. "Não há resultados que sejam dececionados. Há um vencedor claro e inequívoco e uma candidatura que adicionou ao partido nesta disputa", afirmou o socialista, acrescentando que Carneiro "foi capaz de dialogar com o centro político e social". "Mais de dez mil militantes votaram em José Luís Carneiro." Brilhante Dias foi um dos que se sentou à frente para ouvir Carneiro, acompanhado pelo ex-ministro da Segurança Social José Vieira da Silva, a ex-secretária de Estado Jamila Madeira e o presidente de Câmara de Baião, Paulo Pereira.
"Soares é fixe"
Continuou a ser repetida noite adentro ideia de união entre candidaturas à liderança do PS, que é um "grande partido", "plural" e "estável". "Quero agradecer o contributo dos dois [adversários] para o debate interno para fazer o grande partido que é o PS. Fomos sempre capazes de fazer debate interno", afirmou Pedro Nuno, apesar de se ter recusado aos debates com os restantes candidatos, algo que foi muito criticado por José Luís Carneiro.
Contudo, no que toca à estabilidade, a estatística foi um trunfo: "Tivemos nove secretários-gerais. O nosso adversário já teve 19!", acrescentou o novo líder do PS, partido fundado em 1973. Falando em líderes, Pedro Nuno Santos não esqueceu António Costa: "Temos de contar sempre com ele. Foi muito importante para os avanços deste País nos últimos anos", lembrou.
Mas... "não está tudo bem." "O objetivo do nosso SNS não é privatizar ou complementar com o privado. Não, o que queremos mesmo é salvar o nosso SNS", afirmou Pedro Nuno Santos, num discurso de quase 40 minutos com o PSD na mira. "Em nome da dívida pública, cortaram salário e pensões", atacou os sociais-democratas. E não se ficou por aí: "Nós não fazemos grupos de trabalho em cima de comissões, nós decidimos", afirmou, numa altura em que se falava sobre a TAP. Tirando a regionalização, Pedro Nuno Santos não falou em medidas concretos, mas apresentou um modelo de reforço do Estado Social e dos serviços públicos.
"O sonho"
Aos 46 anos, Pedro Nuno Santos é o segundo secretário-geral mais novo de sempre, superado por António Guterres, que chegou à liderança do PS com 42 anos. Era este o sonho de Pedro Nuno Santos? "O meu sonho sempre foi ter um País decente, um País com menos desigualdade em que todas as pessoas se sentissem parte, se sentissem que contavam. Esse sempre foi o meu sonho: construir um Portugal inteiro e estou a concretizar com os meus camaradas. Sim, é verdade", respondeu aos jornalistas com a voz ritmada, a debitar palavras em catadupa, num timbre discursivo pouco comum desde os anos 70.
O novo líder socialista foi usou muitas vezes um tom jocoso aos jornalistas. "Eu posso estar cá até à uma da manhã", afirmou entre questões. "A RTP está a monopolizar a noite, não sei se ja repararam", disse ainda com um tom irónico, entre risos e apupos dos seus apoiantes perante as perguntas dos jornalistas. E o socialista esquivou-se a várias questões. Já conversou com o primeiro-ministro desde que foi eleito? "Nisso sou como o António Costa, não partilho conversas privadas", respondeu aos jornalistas. E alianças pós-eleitorais? Apesar da simpatia pelo acordo à esquerda — "não falei em geringonça nenhuma, termo que eu nunca usei muitas vezes. Aquilo não foi geringonça nenhuma, foi estável e sólido" —, o novo líder do PS não quer falar de alianças ou acordos. Não quer fechar portas, para já. A resposta é genérica: "Vamos trabalhar para ter uma grande vitória."
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