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PCP prepara-se para deixar cair o Orçamento do Estado

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SÁBADO 16 de outubro de 2021 às 11:04
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Comunistas manifestaram voto contra a atual proposta e lamentaram-se com a falta de avanços nas negociações. Vozes no interior do partido defendem que é hora de acabar com a “geringonça” e que esta intransigência não é “bluff político”.

Depois de ter manifestado que votaria "contra" a proposta atual do Orçamento do Estado para 2022, e de ter reforçado a posição ao dizer que as negociações não levaram a grandes avanços no sentido de viabilizar o OE, o PCP pode mesmo deixar cair o Orçamento do Estado do Governo de António Costa.

Jerónimo de Sousa
Jerónimo de Sousa Lusa

Segundo o semanário Expresso, têm crescido as vozes no interior do partido a defender que é hora de acabar com a "geringonça" e que esta intransigência não é "bluff político". Entre reuniões das bases do partido há ainda a "ideia crescente de que esta solução está esgotada e que é hora de o partido seguir o seu caminho".

Para os comunistas, a proposta "não dá sinais" para resolver os problemas do país. "Na situação atual, considerando a resistência do Governo até este momento em assumir compromisso em matérias importantes além do Orçamento e também no conteúdo da proposta de Orçamento que está apresentada, ela conta hoje com a nossa oposição, com o voto conta do PCP", disse o líder da bancada comunista, João Oliveira, na passada terça-feira.

Também Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, insurgiu-se contra a proposta após uma ronda de negociações que não conheceram quaisquer progressos: "Posso afirmar que não tem havido grande evolução" no sentido de viabilizar a proposta de OE2022, disse, após uma audiência com o Presidente da República sobre o Orçamento, no Palácio de Belém, em Lisboa.

O dirigente comunista acrescentou que, "por enquanto, não tem havido a resposta necessária", mas "até à apresentação e votação na generalidade", o partido vai continuar a bater-se para encontrar "respostas que sejam incluídas na proposta de Orçamento do Estado".

Questionado sobre se o PCP não receia ficar com o ónus de desencadear uma crise política, Jerónimo de Sousa disse que o partido está de "consciência tranquila".

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