A SÁBADO noticiou que o BE despediu cinco trabalhadoras que ainda amamentavam. Partido apresentou queixa à ERC, mas uma das trabalhadoras dispensadas veio a público contar a sua história.
Uma das trabalhadoras despedidas pelo Bloco de Esquerda (BE) enquanto estava a amamentar confirmou anotícia avançada pela SÁBADOe desmentida pelo partido sobre as práticas de despedimento de mulheres lactantes por parte do partido.
MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA
Esta terça-feira a SÁBADO avançou que entre 2022 e 2024, o BE despediu cinco mulheres que tinham sido mães há pouco tempo, de tal modo que estavam ainda a amamentar, apesar de ser um dos principais defensores de uma legislação laboral que proteja mulheres grávidas, puérperas e lactantes.
Depois de a notícia ser publicada, o BE fez uma queixa dirigida ao presidente do Conselho Regulador da Entidade de Regulação da Comunicação Social (ERC) sobre a mesma, classificando-a como um "ataque político". O partido reconhece que face aos resultados das eleições legislativas de janeiro de 2022 - nas quais passou de 19 parlamentares para cinco - "perdeu metade da subvenção mensal que recebia, reduziu a cerca de metade a sua rede de sedes e a sua estrutura profissional, em aproximadamente 30 pessoas", mas assegura que "nenhuma trabalhadora 'com um bebé de dois meses' foi despedida do quadro do Bloco. Nenhuma trabalhadora afetada pelo término de comissões de serviço foi substituída por outro trabalhador contratado para o efeito".
Depois da publicação feita pelo Bloco de Esquerda, uma utilizadora da rede social X (antigo Twitter) veio a público afirmar ter sido uma das trabalhadoras despedidas pelo Bloco de Esquerda em 2022. "Fui despedida por telefone enquanto estava a trabalhar na sede nacional", revela, confirmando ser a trabalhadora com um bebé de nove meses que foi dispensada pelo partido e confirma o despedimento de uma mulher que ainda estava a gozar da licença de maternidade por ter sido mãe há dois meses. "Decidiram extinguir os postos de trabalho de um homem, uma mulher a amamentar a filha de 9 meses e uma mulher em licença de maternidade com um filho de 2 meses. Ficaram um homem e 2 mulheres sem filhos, com toda a disponibilidade", escreve a utilizadora. Continua dizendo que lhe foi proposto um um falso contrato de trabalho a termo a vigorar até ao fim de 2022 que assinou.
Eu sou a trabalhadora com uma filha de nove meses despedida pelo Bloco de Esquerda em 2022. Fui despedida por telefone enquanto estava a trabalhar na sede nacional. A trabalhadora com um bebé de 2 meses estava em licença de maternidade.
— érica, secretária geral da curraleira (@pasmaceira) January 21, 2025
O Bloco terá, inclusive, pedido a funcionárias que estavam a gozar a licença de maternidade para que fizessem trabalhos para o partido, como avançou a SÁBADO e confirmou Érica, tal como confirmou que o partido utilizou um estratatagema de despedimento das mulheres que estavam nos quadros, recorrendo a contratos a prazo fictícios: "Porque uma estava em licença de maternidade e para mim não havia parecer da CITE, foi-nos proposto um falso contrato de trabalho a termo a vigorar até ao fim de 2022. Arrependo-me até hoje, mas a verdade é que assinei qndo queria ir para tribunal de trabalho. Também eu fui hipócrita."
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