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O antigo secretário de Estado vai ser cabeça de lista da AD pelo círculo eleitoral de Bragança. Rui Calafate e João Paulo Batalha analisam esta decisão.
O primeiro-ministro achou que Hernâni Dias demonstrou "imprudência" enquanto desempenhou o cargo de secretário de Estado, tendo aceitado a sua demissão, no entanto também considerou que estava apto a ser cabeça-de-lista pelo distrito de Bragança para as eleições legislativas de maio. Uma escolha considerada uma "relativização do caso do próprio Luís Montenegro" ou até uma recompensa por Rui Calafate e João Paulo Batalha, respetivamente.
António Pedro Santos/LUSA
Rui Calafate, especialista em comunicação política, parafraseia Luís Montenegro: "Hernâni Dias como cabeça-de-lista é uma escolha imprudente". "Se não tem idoneidade para ser secretário de Estado, porque devem achar os portugueses que tem idoneidade para ser deputado", questiona.
Hernâni Dias demitiu-se do governo a 28 de janeiro na sequência de notícias que davam conta de que o secretário de Estado da Administração Local, responsável pelo decreto que alterou o Regimento Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (Lei dos Solos), tinha criado duas empresas imobiliárias já enquanto governante. Foi a primeira baixa do governo da AD.
Rui Calafate acredita que pode haver duas razões para ter escolhido Dias para cabeça-de-lista: "A primeira é que Luís Montenegro ainda tem confiança política em Hernâni Dias, apesar de ter achado que foi imprudente por ter aberto as empresas já enquanto governante". Já a segunda hipótese está ligada com uma questão de percepções: "É uma forma de Luís Montenegro relativizar o seu próprio caso". "Mantenho a confiança na integridade e seriedade do primeiro-ministro, mas faltam explicações sobre o caso das empresas e com esta escolha, Montenegro parece relativizar tanto o seu caso como os casos e casinhos do seu Governo que, ao longo de dez meses, teve apenas estes dois, além de alguns problemas na área da saúde", acrescenta o especialista.
Calafate relembra o adágio popular que considera que se aplica perfeitamente ao caso de Hernâni Dias: à mulher de César não lhe basta ser, também tem de parecer. "Hernâni Dias pode ter todos os méritos. E aquilo que ele fez não é ilegal, mas como acontece com a mulher de César, os políticos não podem só ser, também têm de parecer".
O vice-presidente da Frente Cívica, João Paulo Batalha, pede explicações a Montenegro: "Porque é que uma pessoa que não serve para ser secretário de Estado serve para deputado e cabeça-de-lista. Há menos exigência para um deputado do que para um governante?".
"Hernâni Dias é uma escolha legítima de Montenegro que deposita nele a sua confiança política, mas aos olhos dos portugueses a escolha pode não ser bem aceite", sublinha Calafate que duvida da eficácia da escolha.
"Luís Montenegro aceitou a demissão de Hernâni Dias ao assumir que ele tinha cometido uma imprudência. Ora, com esta nomeação aprendemos que a imprudência não só foi absolvida como foi até premiada", defende o vice-presidente da Frente Cívica que deixa ainda uma questão: "Em caso de vitória da AD, podemos voltar a ter Hernâni Dias no Governo?"
Ainda sobre a lista de candidatos apresentada pela AD, Calafate diz que "não foi feito sequer um esforço para ir buscar candidatos independentes e pessoas fortes da sociedade civil", mesmo assim, lembra, nada impedia Luís Montenegro de candidatar uma outra figura forte do seu Governo pelo círculo eleitoral de Bragança para não apresentar o único governante que se demitiu na sequência de um caso.
Tanto Calafate como Batalha são da opinião que a AD podia ter apontado um qualquer outro ministro como cabeça-de-lista a Bragança (um distrito conquistado pela AD em 2024, tendo conseguido dois deputados e o PS apenas um).
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