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IL admite viabilizar governo de Albuquerque

E sem o preço de cargos, na Assembleia Regional e no governo, que o CDS deverá exigir. O partido bate-se “por propostas” e considera possível deixar passar quer o programa de governo quer o orçamento. "O meu telefone está sempre ligado", diz Gonçalo Maia Camelo, líder regional.

"Responsabilidade é o nosso nome do meio", diz Gonçalo Maia Camelo, em declarações àSÁBADO. O líder da IL-Madeira explica que "perante umavitória esmagadora do PSD, a um deputado da maioria, o partido tem todas as condições para governar". Não houve, neste momento, negociações nem contactos – embora, refira, tenha o "telefone sempre ligado" – e a abertura não vem com exigências de cargos acopladas: "Sempre dissemos, e mantemos, que não mercadejamos cargos, nem na ALRAM (Assembleia Legislativa Regional da Madeira), nem no governo regional. Não temos essa matriz. O que queremos é que as nossas propostas possam ser postas em prática e estamos disponíveis para conversa sobre as mesmas." A haver negociações, o que pode estar em cima da mesa é a viabilização "do programa de governo e do orçamento", essenciais para a manutenção do Executivo. "O que negociamos são propostas, ideias, princípios", e, aí, há mesmo abertura para negociações.

GREGÓRIO CUNHA/LUSA

As reticências que a IL manifestou antes as eleições não desapareceram, mas o resultado mudou o cenário: "Nunca faríamos, nem faremos, um acordo de governação de Albuquerque, mas reconhecemos que estão legitimados para governar e para apresentar um programa de governo e um orçamento. E não seremos nós a impedir isso."

A disponibilidade da IL pode mudar o cenário negocial com que se depara Miguel Albuquerque: deixa, na prática, de ficar limitado à opção do CDS, que, tal como a IL, também obteve um só deputado, o necessário para, somado aos 23 do PSD, formar maioria absoluta.

As propostas que a IL tem em cima da mesa são claras e, explica Gonçalo Maia Camelo, são também públicas: "Redução fiscal no valor do diferencial de 30% possível face ao continente, à semelhança do que já acontece nos Açores, e em todos os impostos. No IRC isso está quase, no IRS faltam algumas, no IVA faltam quase todas as taxas." Depois, nas área da Saúde e Habitação, "envolver o setor privado na resolução destes problemas, nas listas de espera consultas e cirurgias, e permitindo ainda um forte investimento no privado para oferta imobiliária". Essas seriam as principais áreas a negociar. O líder da IL admite outras hipóteses, mas com valor negocial secundário, no subsídio da mobilidade, ou na atratividade do regresso de jovens madeirenses à região.

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