Uma providência cautelar interposta pelo primeiro-ministro pede que o partido de Ventura retire cartaz que compara o primeiro-ministro ao antigo governante socialista.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, entregou uma providência cautelar contra o Chega para a retirada dos cartazes em que aparece ao lado de José Sócrates e que sugerem que ambos participaram em atos de corrupção. André Ventura já informou que se recusa a retirar os cartazes e acusou o primeiro-ministro de conviver mal com a democracia.
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
"Posso confirmar que nós interpusemos uma providência cautelar e que, naturalmente, achamos que o local próprio para discutir esse assunto é no tribunal", afirmou Luís Montenegro aos jornalistas.
"Este PSD e este primeiro-ministro têm sido um dos maiores símbolos, tal como José Sócrates também, da podridão do sistema e, por isso, não, nós não vamos retirar os nossos cartazes que evidenciam isso mesmo, que o sistema está podre e está corrupto", afirmou André Ventura. Ventura disse ainda que o Chega não tinha ainda sido "notificado ainda de nenhuma ação judicial do primeiro-ministro" contra si ou contra o partido.
"Eu não sei o que é que a justiça vai determinar. Nós, como sempre, estamos à disposição e responderemos no tempo e no prazo que tivermos que responder, mas não deixo de notar que isto é grave, quer dizer, qual é o próximo passo, é pedir-nos para retirar ‘posts’ do Facebook e do Instagram? É querer controlar as nossas páginas das redes sociais? É querer decidir o que é que nós temos nos folhetos de propaganda do partido?", questionou.
"Eu soube pelas notícias que tínhamos sido processados, eu respeito isso como um exercício de ação judicial, mas não respeito isso politicamente, porque significa que o primeiro-ministro não convive bem com a liberdade de expressão, não convive bem com a diferença de opinião", acrescentou.
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O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.