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Chefe de gabinete assume contacto com SIS

Eugénia Correia Cabaço assumiu ter tido a iniciativa de comunicar a saída do computador do Ministério ao SIRP, sem ter dado conhecimento a João Galamba.

Eugénia Correia Cabaço diz que, quando percebeu que não era possível bloquear o computador de Frederico Pinheiro e que o ex-adjunto tinha levado o equipamento, sabia o que tinha de fazer. Pegou no telefone e pediu à sua secretária que ligasse ao SIRP (Sistema de Informações da República Portuguesa). Como a secretária estava em casa e sem o contacto, fez um telefonema para a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros para pedir o número. E terá sido assim, na sua versão, que se desencadeou a cadeia de contactos que levou à intervenção do SIS.

Lusa

Correia Cabaço justificou a sua atuação com instruções que terá recebido para agir como chefe de gabinete desde que assumiu essas funções. Segundo disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP, "os chefes de gabinete têm indicação de reporte" ao SIRP em situações em que esteja em causa informação classificada.

Contacto foi feito "sem autorização" de Galamba

A chefe de gabinete de João Galamba garantiu que esse contacto "foi feito sem autorização nem conhecimento prévio" do ministro das Infraestruturas.

O contacto para o SIRP, "foi feito na sequência de um telefonema que tive com o diretor do CEGER que me transmitiu a impossibilidade de bloquear o equipamento".

"Perante um risco potencial em curso, o telefonema foi feito", justificou-se, explicando que fez o pedido de contacto com o SIRP ao secretariado às 21h54, sem saber precisar a que horas deu nota dessas diligências ao ministro.

"Informei posteriormente quando o senhor ministro regressou também ao Ministério. Não lhe sei precisar a hora, como é uma comunicação verbal", afirmou.

Eugénia Correia Cabaço não explicou por que motivo os chefes de gabinete têm instruções precisas sobre o que fazer neste tipo de situações enquanto o ministro da tutela aparentemente não sabia o que fazer e fez – como descreveu numa conferência de imprensa – uma série de telefonemas para obter indicações sobre como agir.

João Galamba declarou ter começado por telefonar a António Costa, que estava ausente do país e de férias e não terá atendido o telefone. Depois, segundo o seu relato, ligou ao secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, que lhe terá dito para ligar à ministra da Justiça. Algures nestes contactos alguém – que Galamba não identificou – terá dito ao ministro que devia contactar o SIS e a PJ.

Durante a audição na CPI, Eugénia Correia Cabaço justificou o facto de ter sido omitida a reunião de dia 16 de janeiro entre o ministro e a CEO da TAP, quando já se questionava publicamente a existência de uma reunião preparatória da audição de Christine Ourmier-Widener na Comissão de Economia com deputados do PS.

"Que eu saiba nunca ninguém perguntou por uma reunião no dia 16 de janeiro", respondeu ao deputado do BE, Pedro Filipe Soares, quando questionada sobre a omissão relativamente a esse encontro.

"É uma reunião normal do ministro com o seus serviços", declarou a chefe de gabinete de João Galamba.

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