24 jan 2021
24 de janeiro de 2021 às 23:52
Margarida Davim
Ana Gomes: “Nunca me reformarei da política”
Ana Gomes ataca a deserção do PS de António Costa e aponta o dedo às “responsabilidades” de uma esquerda que decidiu “fragmentar-se em vez de convergir”.
A candidata frisou o papel que a “deserção do PS” teve na vitória do “candidato da direita democrática”, mas lembrou que sem a sua candidatura o segundo lugar estaria agora a ser festejado pela “ultra direita”.
No dia seguinte, a candidata já fez saber a Marcelo Rebelo de Sousa, que estará disponível para o ajudar num segundo mandato a que não se dê “mais argumentos e respaldo aos que a querem destruir e que tantos votos tiraram a PSD e CDS”.
Regressando à condição de militante de base do PS, Ana Gomes deixa claro que não abandona a luta política.
“Não estou reformada, nunca me reformarei da política”, garantiu, defendendo que “a política é um dever de cidadania”. E sabendo que tem o voto de “mais de meio milhão de portuguesas e portugueses” e o apoio de socialistas, entre os quais “membros do Governo, deputados e autarcas”.
A candidata não deixou de assumir a derrota de ter falhado a segunda volta. “A responsabilidade de falhar esse objetivo é só minha”. Mas reclamou para si os louros de “impedir que a ultra direita ascendesse a uma posição de possível alternativa”.
“Nunca me resignei nem me resignarei a que a democracia fique à mercê de forças não democráticas”, prometeu, pedindo à esquerda que reflita sobre as consequências da falta de convergência.
“Se eu não tivesse estado nesta disputa estaríamos ainda mais a lamentar a ascensão da direita”, afirmou, numa declaração no final da noite com Isabel Soares no palco ao seu lado e André Silva, Ricardo Sá Fernandes, Inês Sousa Real, Paulo Pedroso e Ivan Gonçalves na primeira fila.
De resto, deixou um agradecimento “do coração” ao PAN e ao Livre, mas também “aos militantes do Volt e a tantos cidadãs e cidadãos independentes”, sem esquecer os socialistas.