Marcelo venceu as eleições presidenciais na primeira volta. Sendo assim, reeleito para um segundo mandato de cinco anos.
Marcelo Rebelo de Sousa começou a sua intervenção a lembrar o que ficou em segundo plano na política da noite eleitoral: os números da pandemia. Abriu o seu discurso a detalhar os “11.721 infetados, 6117 internados, 742 em cuidados intensivos, e os 275 mortos.” Ao longo do discurso, voltaria várias vezes à pandemia. Para os mortos, famílias, assim como para os mortos não-covid, “vai o meu emocionado pensamento”.
MÁRIO CRUZ/LUSA
Para Marcelo, a “eleição de hoje proporcionou respostas para o futuro imediato”, nomeadamente na escolha “entre a renovação na confiança no presidente em funções ou a sua substituição por outro dos candidatos”. E essa escolha “envolvia também julgar o desempenho de quem se submetera ao voto como responsável máximo do Estado e portanto da gestão da pandemia”. Ora, disse Marcelo, mesmo com essa responsabilidade sobre os seus ombros, “os portugueses responderam renovando a confiança por mais cinco anos”.
Deixou recados sobre a forma como pretende exercer o mandato, dizendo que mesmo os que não votaram em si sabem que “como sempre, o presidente representa todo o Portugal”. E assumiu a vitória como uma nova responsabilidade. O presidente agora reeleito, defendeu, “tem de continuar a ser o presidente de todos: próximo, que estabilize, que una, que não seja de uns, os bons, contra outros, os maus, que não seja um presidente de fação, que respeite o pluralismo e diferença e nunca desista da justiça social.”
Marcelo reconheceu a abstenção elevada, mesmo descontando o efeito da pandemia, mas considerou que a subida face a 2016, quer em percentagem, quer em número de votos, deixa duas mensagens claras. Uma, a de que os portugueses querem “mais e melhor, em proximidade, em convergência, em estabilidade, em exigência” e, “de modo mais urgente, em gestão de pandemia”. Outra, a de que dada a emergência sanitária vai ser mesmo necessário rever a lei eleitoral para permitir o voto postal e facilitar o voto em presidenciais em condições de segurança.
Depois, Marcelo virou-se para as respostas do futuro imediato, e aqui não falou apenas da gestão da pandemia. Deixou o que pareceu ser uma crítica, ao dizer que os portugueses não querem nem “uma pandemia infindável”, nem, a nível económico, “uma crise sem fim à vista, um recuo na comparação com outras sociedades”, ou “um sistema político lento a perceber a mudança”, abrindo espaço para “um extremismo nas pessoas e na vida social e política.”
O que os portugueses querem, na perceção de Marcelo, é “recuperação de empregos” e da economia, “fundos europeus bem geridos em transparência” e “eficácia na justiça, na luta contra a corrupção, na reforma do Estado, na defesa e segurança defesa e segurança”.
E falou da necessidade de “uma alternativa também forte, para que sensação de vazio não convide a desesperos e aventuras”. Marcelo passou o mandato anterior a referir essa mesma necessidade de alternativa no sistema político. E defende que o que os portugueses querem é que “a democracia constitucional responda aos dramas dos portugueses”, não uma “democracia iliberal.
Marcelo lembrou que daqui a 3 anos o 25 de abril fará 50 e que é preciso cumprir os seus desígnios, mas que, antes disso, é preciso “reencontrar o que perdemos na pandemia” e “fazer esquecer as xenofobias e as exclusões”.
Terminou como começou, com a crise da Covid-19, destacando que é preciso apoiar quem está na primeira linha “por obras e não apenas por palavras” e que o combate à pandemia continua a ser a sua “primeira missão”.
Referiu até que pertence a um grupo de risco, “simbolizando que estamos unidos, num combate comum”.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.