Hernâni Ricardo Costa é o novo presidente do Conselho de Administração do Instituto Regional de Ordenamento Agrário. Tem experiência como gestor comercial numa discoteca da Ribeira Grande e num grupo açoriano que detém a Salsicharia Ideal.
Açores: Uma discoteca e um talho no CV do nomeado para o Instituto Agrário
Hernâni Ricardo Costa não é muito conhecido. Mas o seu currículo circula pelos Açores, dias depois de se saber que o novo Governo Regional, liderado pela coligação PSD/CDS/PPM e com o apoio do Chega e da Iniciativa Liberal, bateu recordes de nomeações políticas. É que o novo presidente do Conselho de Administração do Instituto Regional de Ordenamento Agrário chega ao lugar sem qualquer experiência que comprove a sua adequação ao cargo. Pelo menos, a julgar pela nota curricular que o presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, enviou aos deputados da região.
O recém-nomeado é mestre em Relações Internacionais e licenciado em Estudos Euro-Atlânticos pela Universidade dos Açores, tendo frequentado – sem concluir – um curso de Antropologia na Universidade Técnica de Lisboa entre 1994 e 1996.
Aos 44 anos, Hernâni Ricardo Costa apresenta no CV dois empregadores: o Grupo Paradise, que detém uma discoteca na Ribeira Grande e onde foi diretor comercial, e o Grupo Ideal, dono da Salsicharia Ideal, onde começou por ser técnico administrativo e chegou a gestor comercial em 2010.
Segundo o currículo que chegou à Assembleia Legislativa dos Açores, no Grupo Ideal era "responsável pela gestão financeira e administrativa da área comercial da empresa (incluindo contabilidade, recursos humanos e frota automóvel) e responsável pela participação em eventos de promoção nacional e internacional de produtos regionais dos Açores".
A maior fatia do CV de Hernâni Ricardo Lopes está, contudo, no seu percurso político. Foi eleito deputado na Assembleia da Freguesia da Ribeira Grande - Matriz em 2013. Em 2017 foi eleito presidente da Junta da Ribeira Grande –Matriz e chegou assim a deputado municipal. Sempre eleito pelo PSD, onde é vice-presidente da Comissão Política da Ilha de São Miguel. Foi ainda, entre 2005 a 2012 presidente do Sporting Clube Ideal.
Governo oito milhões mais caro que o do PS Na semana passada, soube-se pelo Expresso que o novo Governo Regional dos Açores irá custar ao longo do mandato de quatro anos mais oito milhões de euros em cargos de nomeação política do que o executivo a que sucedeu.
De acordo com o semanário, o governo de direita tem mais um secretário regional e mais um subsecretário regional do que o anterior governo. Cada um destes tem um chefe de gabinete, dois adjuntos e um secretário pessoal. Mas há ainda mais dois adjuntos e uma secretária pessoal, mais oito diretores regionais ou cargos equiparados, e mais dez técnicos especialistas nos gabinetes dos membros do governo regional. Todos ganham pelo menos 3300 euros brutos.
Perante estes números e os casos de nomeações de familiares, o vice-presidente do Governo, eleito pelo CDS, Artur Lima, desvalorizou os montantes em causa. "As contas fazem-se no fim", disse ao Expresso, garantindo que o executivo irá cortar em direções de serviços e outros tipos de cargos de chefia e nomeação política.
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