A investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária à fuga de informação sobre dados dos clubes passou a contar, em determinada altura, com o interesse das autoridades espanholas. A Fiscalia, autoridade equivalente ao Ministério Público português, detectou, a partir de contactos entre as polícias dos dois lados da fronteira, que a técnica usada para atacar os clubes portugueses era a mesma que a utilizada em Espanha, onde o Real Madrid e várias empresas de investimento e intermediação de jogadores tinham sido atacados e alvo de extorsão por parte de um pirata informático e de um advogado.
As autoridades judiciárias espanholas chegaram a pedir a cooperação portuguesa para obter todos os endereços de IP (internet protocol) associados a Rui Pinto e foram feitas reuniões conjuntas na Europol para serem ultimados os aspectos legais e operacionais de uma carta rogatória a enviar para a Hungria. Chegou a estar na forja uma operação internacional conjunta dos três países – que nunca avançou.
Mesmo assim, apurou a SÁBADO, as autoridades espanholas conseguiram ter um conhecimento quase completo da investigação portuguesa. Em Espanha, muitos dos processos fiscais recentes a estrelas do futebol como Cristiano Ronaldo e José Mourinho foram impulsionados pelas revelações do Football Leaks. No reverso da medalha, há participações de pessoas, organizações e clubes que viram os seus segredos na praça pública.
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