O MP deduziu acusações contra 60 arguidos no âmbito do processo 'Tutti Frutti' por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência. Entre os acusados estão dois deputados do PSD Luís Newton, que anunciou suspender o mandato, e Carlos Eduardo Reis.
O líder parlamentar do PSD salientou esta quarta-feira, 05, que os deputados Luís Newton e Carlos Eduardo Reis, ambos acusados pelo Ministério Público no âmbito do processo "Tutti Frutti", não eram arguidos quando se candidataram nas últimas legislativas.
Em conferência de imprensa, no parlamento, Hugo Soares defendeu que nada correu mal no inquérito interno dos sociais-democratas sobre as suspeitas lançadas pela "Operação Tutti Frutti" e negou que o Ministério Público tenha chegado a conclusões diferentes daquelas que foram retiradas pelo seu partido nesse mesmo inquérito.
Questionado sobre qual a razão para a inclusão de Luís Newton e Carlos Eduardo Reis na lista de candidatos a deputados do PSD nas últimas eleições legislativas quando o processo "Tutti Frutti" é conhecido desde 2017, o secretário-geral do PSD respondeu: "Nenhum dos senhores deputados, quando concorreu nas eleições legislativas, eram sequer arguido"
Hugo Soares devolveu uma pergunta aos jornalistas: "Acha que por haver notícias públicas de inquéritos que estão a correr, que correrão sobre as mais diversas pessoas, se elas poderão ter, por isso, uma espécie de diminuição nos seus direitos cívicos ou nos seus direitos políticos?".
O líder parlamentar dos sociais-democratas argumentou ainda que o "PSD não tem órgãos de polícia criminal, nem faz investigação criminal" e que o inquérito teve como propósito apurar se houve decisões dentro PSD, em eleições internas ou na escolha de candidatos, que pudessem "estar viciadas por qualquer razão".
Hugo Soares não considera "plausível" questionar o que falhou no inquérito interno, porque, reforçou, "não falhou absolutamente nada" e as suas conclusões "nada têm a ver com o caso concreto".
"De resto, já agora, algumas das pessoas que ontem foram acusadas destes crimes nem sequer foram versadas no inquérito interno, porque não tinham nada a ver com os procedimentos internos dentro do partido", acrescentou.
Hugo Soares disse ainda considerar "imprudente e até ligeiro a forma como estas coisas se colocam na praça pública" e defendeu que a "acusação ontem deduzida, na parte em que diz respeito a estas matérias internas dos partidos, houve um arquivamento".
"Portanto, não há conclusão diferente nenhuma de quem tem mais competências do que o próprio PSD para fazer esta investigação, diferente daquela que foi a do PSD", acrescentou.
Em maio de 2023, quando o caso ‘Tutti Frutti’ voltou a ser noticiado, o presidente do PSD, Luís Montenegro, então na oposição, ordenou um inquérito interno para apurar as suspeitas lançadas pela "Operação Tutti frutti".
"A Comissão Permanente decidiu, sob proposta do presidente, solicitar ao Conselho de Jurisdição a abertura de um inquérito de processo de sindicância interna sobre os termos em que foram escolhidos os candidatos autárquicos em Lisboa em 2017", anunciou então Luís Montenegro.
As conclusões deste inquérito interno, conduzido pelo agora secretário-geral do Governo Carlos Costa Neves e depois entregues ao órgão jurisdicional do PSD, nunca foram tornadas públicas mas, à CNN e ao Público em janeiro deste ano, o líder parlamentar e secretário-geral do PSD, Hugo Soares, disse que o mesmo não detetou irregularidades graves que justificassem sanções disciplinares.
Na terça-feira, O Ministério Público deduziu acusações contra 60 arguidos no âmbito do processo 'Tutti Frutti' por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência. Entre os acusados estão dois deputados do PSD (Luís Newton que anunciou ir suspender o mandato e Carlos Eduardo Reis) e autarcas deste partido e do PS.
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