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Trump planeia "limpar" Gaza e mandar mais de um milhão de palestinianos para o Egito e Jordânia

Luana Augusto
Luana Augusto 26 de janeiro de 2025 às 12:13
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Proposta passa por construir casas para os refugiados noutros países. O presidente dos EUA entretanto já iniciou conversações com o rei da Jordânia e planeia fazer o mesmo com o presidente do Egito.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a gerar polémica com as suas declarações. No sábado (25), disse que gostaria de "fazer uma limpeza" de palestinianos na Faixa de Gaza e que queria ver a Jordânia, o Egito e outros países árabes a aumentarem o número de refugiados palestinianos. "Estamos a falar de um milhão e meio de pessoas. Vamos limpar este sítio", declarou.

REUTERS/Leah Millis

O republicano avançou ainda que já iniciou conversações com o rei Abdullah, da Jordânia, e que tem previsto fazer o mesmo com o presidente egípcio, Abdul Al-Sisi, de forma a conseguiu estabelecer um plano de emigração para os gazenses.

Durante uma sessão de 20 minutos onde esteve a responder a várias questões de jornalistas, a bordo da Air Force One, Trump descreveu a Faixa de Gaza como "um lugar demolido" onde existem já "pessoas a morrer". Acrescentou, por isso, que a sua proposta passaria por construir casas para os refugiados num outro lugar "onde [os palestinianos] possam viver em paz".

A proposta do presidente norte-americano terá sido bem acolhida por Bezalel Smotrich, o ministro das Finanças de Israel, que este domingo defendeu que se trata de "uma ideia excelente".

"A ideia é ajudá-los a encontrar outros sítios onde possam começar um vida melhor. É uma grande ideia. Depois de anos a glorificar o terrorismo [os palestinianos] poderão estabelecer uma nova e e linda vida num outro lugar", disse Bazalel Smotrich num comunicado citado pelo jornal La Vanguardia.

Por sua vez, a Jihad Islâmica declarou que a ideia de Donald Trump é "lamentável" e que alimenta os crimes de guerra contra a humanidade ao "obrigar um povo a abandonar a sua terra", assegurou através de um comunicado difundido através dos meios de comunicação social locais.

"Durante anos, os políticos propuseram soluções impraticáveis como a divisão da terra e a criação de um Estado palestiniano que podem pôr em perigo a existência e a segurança do único Estado judeu do mundo", frisou Smotrich.

Trump coloca bombas à disposição de Israel

Durante a sessão de perguntas-respostas o presidente dos EUA confessou ainda que ordenou aos militares norte-americanos que levantassem a suspensão imposta pelo ex-presidente, Joe Biden, e que fornecessem as bombas de 900 quilos a Israel. Quando questionado sobre porque enviou estas bombas, o presidente respondeu: "Porque eles as compraram".

Através das redes sociais, declarou também que "muitas das coisas que foram encomendadas e pagas por Israel, mas não foram enviadas por Biden, estão agora a caminho". Tanto Joe Biden como Donald Trump têm sido fortes apoiantes de Israel.

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