Bielorrussos vão este domingo às urnas para decidir o próximo presidente do país. Caso Alexander Lukashenko vença as eleições, significa que permanecerá no poder durante mais de 30 anos.
Os bielorrussos vão este domingo (26) a eleições e o líder de longa data, Alexander Lukashenko, deverá ser reconduzido ao seu sétimo mandato, segundo as últimas sondagens. Se assim acontecer, significa que o presidente irápermanecer no poder por mais de 30 anos.
REUTERS/Evgenia Novozhenina
Lukashenko, de 70 anos, que é também frequentemente apelidado de "o último ditador da Europa" encontra-se no poder da Bielorrússia desde 1994, o que poderá justificar agora todo o seu desinteresse para com o processo eleitoral: "Não estou a acompanhar a campanha eleitoral. Não tenho tempo", disse no início desta semana. Nas últimas eleições, em 2020, foi declarado vencedor com 80% dos votos. Porém, foi também acusado pela oposição e pelo Ocidente de fraude eleitoral.
Na altura, o cenário desencadeou meses de protestos e uma dura repressão, que terá levado a milhares de detenções. Há quem fale entre mil a 65 mil presos.
"Há um clima de depressão na Bielorrússia. A maior parte das pessoas que costumavam protestar ativamente e expressar as suas opiniões políticas são agora intimidadas", afirmou ao canal EuroNews Darja Rudkova, uma cidadã exilada.
Todos os opositores políticos de Lukashenko acabaram presos e alguns tiveram até de recorrer ao exílio, juntamente com dezenas de milhares de bielorrussos, que fugiram em 2020. A agência France-Presse falou recentemente com várias pessoas na cidade de Minsk e muitos dos habitantes expressaram o seu apoio a Lukashenko. Ainda assim, algumas terão tido algum receio em dar os seus sobrenomes.
"Votarei em Lukashenko porque as coisas melhoraram desde que ele se tornou presidente [em 1994]", disse Alexei, um agricultor de 42 anos que ganha 300 euros por mês a vender leite.
Os sete milhões de eleitores registados no país poderão escolher entre cinco candidatos que concorrem às presidênciais. Apenas um é considerado crítico do atual governo de Lukashenko e dos laços da Bielorrússia com a Rússia.
"Os bielorrussos e a Bielorrússia merecem viver num país livre, independente e democrático. Merecem ter um futuro em que os direitos humanos sejam respeitados", defendeu a candidata independente Anna Anapatskaya. "Não luto com agentes da polícia porque é um crime. Mas isso não significa que eu apoie as políticas da atual liderança do país."
Embora o sexto mandato de Lukashenko só termine no verão, o presidente optou por antecipar as eleições de agosto para janeiro. Segundo o analista político bielorrusso Valery Karbalevich, citado pela EuroNews, trata-se de uma tentativa calculada para impedir que os manifestantes saiam à rua para protestar contra os resultados eleitorais - isto porque por esta altura o frio já se faz sentir na Bielorrússia. "Não haverá protestos em massa num janeiro gelado", afirmou.
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