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Trump congela apoios de €2 mil milhões a Harvard por recusar as suas exigências

Luana Augusto
Luana Augusto 15 de abril de 2025 às 14:54
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Administração Trump ordenou o fim dos programas de inclusão e equidade, além da proibição de máscaras. Recusa por parte de Harvard levou o governo a retirar apoios federais.

A administração Trump congelou 2,3 mil milhões de dólares (1,94 mil milhões de euros) em subsídios e contratos federais com a Universidade de Harvard. Esta quebra no financiamento ocorreu depois de a instituição ter rejeitado, na segunda-feira, uma lista de exigências requeridas pelo governo.

AP Photo/Charles Krupa, File

Na sexta-feira, o governo exigiu, numa carta enviada a Harvard, o fim dos programas de inclusão e equidade, a adoção de políticas de admissão "baseadas em mérito" e a proibição do uso de máscaras. Além disso, a administração informou que queria ceder o controle do estabelecimento de ensino a um governo conservador.

Os pedidos foram, no entanto, rejeitados pela instituição, levando o presidente da Universidade de Harvard a escrever uma carta pública, na segunda-feira. Nesta carta, Alan Garber afirmava que os pedidos feitos pelo Departamento da Educação, na semana passada, iriam levar o governo federal "a controlar a comunidade de Harvard" ameaçando assim os "valores da escola como uma instituição privada dedicada à investigação, produção e disseminação de conhecimento".

Além disso, Alan Garber considerou que estes pedidos violam os direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA e "excedem os limites legais da autoridade do governo sob o Título VI", que proíbe a discriminação contra os estudantes com base na raça, cor ou nacionalidade.

"Nenhum governo, independentemente de qual o partido que esteja no poder, deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir e contratar, e quais as áreas de estudo e investigação que podem seguir", escreveu Garber.

Na sequência desta carta, o Departamento de Educação afirmou que a declaração de Harvard mostra que a "mentalidade" da instituição desrespeita os direitos civis.

Anteriormente, o porta-voz da Casa Branca Harrison Fields já havia afirmado que o presidente dos EUA, Donald Trump, estava a "trabalhar para tornar o ensino superior novamente ótimo, ao acabar com o antissemitismo desenfreado e garantir que o dinheiro dos contribuintes federais não financia o apoio de Harvard à discriminação racial perigosa ou à violência motivada racialmente".

Acredita-se que estas declarações seriam direcionadas aos manifestantes pró-Palestina, isto porque o governo alega que os protestos contra a guerra na Faixa de Gaza, que ocorreram em 2024, foram movidos por antissemitismo.

Este congelamento é anunciado pouco tempo depois de a administração Trump ter avançado, no passado mês de março, que estava a rever 9 mil milhões de dólares (7,94 mil milhões de euros) em contratos e subsídios federais para Harvard.

Esta não é, porém, a única universidade a ver os seus financiamentos congelados. Anteriormente, a administração Trump já havia congelado centenas de milhares de dólares em financiamentos para inúmeras faculdades, como forma de pressionar as grandes instituições a seguirem a agenda política de Trump.

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