"Para sermos livres, temos de ser temidos. E nós não temos sido suficientemente temidos", acrescentou Macron, ao comentar o compromisso alcançado, no domingo, na Escócia, entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O presidente francês considerou esta quarta-feira que o acordo comercial com os Estados Unidos mostra que a UE não é temida na esfera internacional porque não se assume como uma potência, mas disse esperar ainda um reequilíbrio.
Felix Zahn/picture-alliance/dpa/AP Images
Em declarações durante o Conselho de Ministros, transmitidas à imprensa, Emmanuel Macron lamentou que "a Europa ainda não se assuma suficientemente como uma potência".
"Para sermos livres, temos de ser temidos. E nós não temos sido suficientemente temidos", acrescentou, ao comentar o compromisso alcançado, no domingo, na Escócia, entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O acordo estabelece, de forma geral, uma tarifa de 15% para os produtos europeus que entram no mercado norte-americano, enquanto os produtos oriundos dos EUA ficam livres de taxas.
Macron também destacou que "a França sempre manteve uma posição firme e exigente", o que "vai continuar a fazer".
O chefe de Estado francês mostrou-se convencido de que a situação não é imutável porque nem tudo está fechado --- "não é o fim da história", argumentou --- e disse acreditar que a UE pode conseguir avanços.
Especificamente, apontou a obtenção de "novas isenções" nas negociações em curso para formalizar o compromisso de domingo, que já estabelecia por exemplo que as trocas de aeronaves e componentes aeronáuticos não serão tributadas, em virtude de um acordo transatlântico desde 1979.
Macron insistiu, por isso, ser necessário trabalhar para o "reequilíbrio das trocas, em particular nos serviços".
Apesar da insatisfação com o conteúdo do acordo de domingo passado entre Trump e Von der Leyen, Macron admitiu que a negociação se tinha realizado em "condições difíceis". Este acordo oferece, pelo menos, "visibilidade e previsibilidade a curto prazo", de forma a garantir "os interesses franceses e europeus" em setores exportadores importantes, como a aeronáutica.
O acordo prevê também o compromisso da UE sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) -- visando nomeadamente substituir o gás russo - e o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros), além de aumentar as aquisições de material militar.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A discussão que ainda mal começou sobre as propostas governamentais de revisão de leis laborais deixa a claro a falta de tino e visão da ministra Maria Ramalho e de Luís Montenegro.
A justiça administrativa não limita a ação do Estado, dá-lhe solidez. Uma decisão administrativa tomada dentro dos limites legais, devidamente fundamentada e transparente, reforça a confiança dos cidadãos e aumenta a segurança das instituições.
Os decisores políticos europeus continuam a ser ‘surpreendidos’ por acontecimentos e incerteza. Mais atividade prospetiva na Europa é certamente bem-vinda.
O jornalismo não alimenta isto ou aquilo só porque vende ou não vende. As redações distanciam-se completamente de uma registadora. A igreja, logicamente, isenta-se de alimentar algo que lhe é prejudicial.