França mostra-se cética quanto ao acordo, enquanto Meloni diz que é "equilibrado" e que seria pior deteriorar as relações com os Estados Unidos.
Foi anunciado este domingo o acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia. Numa comunicação conjunta do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ficou a saber-se que os EUA passam a impôr uma taxa de 15% sobre produtos europeus.
AP Photo/Jacquelyn Martin
Em resposta o ministro francês do Comércio Externo, Laurent Saint-Martin, disse que o acordo é desequilibrado e que o bloco europeu deve afirmar-se como uma potência económica.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse à margem da cimeira das Nações Unidos sobre sistemas alimentares que o agravamento das relações comerciais entre a Europa e os Estados Unidos teria consequências imprevisíveis e devastadoras e que por isso considerava o acordo comercial sustentável, apesar de insistir que é necessário analisar os detalhes do mesmo porque, sublinhou, o documento assinado no domingo é um acordo-quadro que juridicamente não é vinculativo. "Há uma série de elementos que faltam, assim como não sei a que se refere quando se fala de investimentos sobre a compra de gás", declarou Meloni.
Já o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, criticou de forma veemente o acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos sobre direitos aduaneiros alcançado no domingo. Para o chefe do Governo da Hungria o acordo comercial alcançado é pior do que o acordo bilateral que foi obtido, no passado mês de maio, pela Grã-Bretanha. "Não foi Donald Trump que concluiu um acordo com Ursula von der Leyen, foi antes Donald Trump que 'comeu Ursula von der Leyen ao pequeno-almoço'", afirmou o primeiro-ministro húngaro em declarações difundidas através das plataformas digitais.
Na Alemanha, a federação que representa os fabricantes de automóveis disse que os direitos aduaneiros de 15% que podem vir a ser aplicados aos automóveis europeus que entram nos Estados Unidos podem "pesar" sobre as empresas alemãs do setor. Hildegard Mueller, a presidente da federação dos fabricantes de automóveis alemães VDA, afirmou que os direitos aduaneiros norte-americanos de 15%, que também se aplicam aos produtos automóveis, vão custar milhares de milhões de euros - todos os anos - às empresas automóveis da Alemanha.
O acordo prevê também o compromisso europeu sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares e o investimento de 600 mil milhões adicionais, além de aumentar as aquisições de material militar.
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