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Putin quer forças de dissuasão nuclear em alerta máximo. O que significa?

Presidente russo anunciou ao seu ministro da Defesa e ao chefe das Forças Armadas que tomou essa decisão. Não é claro o que quis dizer com "regime especial de combate".

Este domingo, Vladimir Putin revelou ao seu ministro da Defesa e ao chefe das Forças Armadas que tinha ordenado às forças de dissuasão nuclear russas que ficassem em alerta máximo. Numa declaração que foi emitida nas televisões, o presidente russo diz a Sergei Shoigu e a Valery Gerasimov que estas forças, cujo objetivo, de acordo com a NATO, é preservar a paz, prevenir a coação e deter a agressão com vista a evitar a destruição mútua de países através do recurso a armas nucleares, vão ficar sob um "alerta especial". 

Os países ocidentais não são os únicos a tomar acções económicas pouco amistosas contra o nosso país, mas os líderes de países importantes da NATO estão a fazer declarações agressivas sobre o nosso país. Por isso ordeno que as forças de dissuasão nuclear da Rússia sejam colocadas num regime especial de combate", afirmou Putin, citado pelo jornal The Guardian.

Vladimir Putin
Vladimir Putin Reuters

Segundo o jornal britânico, não é claro o que significa este regime especial citado por Putin. O presidente russo avisou os países estrangeiros para que não interfiram na invasão russa à Ucrânia, afirmando que se poderiam deparar com "consequências que nunca viram". Também ameaçou a Finlândia e a Suécia que, caso se juntassem à NATO, enfrentariam "consequências político-militares sérias". 

À CBS, a embaixadora Linda Thomas-Greenfield considerou que esta tomada de posição russa mostra que Putin está a escalar o conflito de uma maneira inaceitável. 

Também este domingo, a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki considerou as ameaças de Moscovo "um padrão". "Já o vimos a fazer isto várias vezes. Em nenhum ponto esteve a Rússia sob ameaça da NATO, nem sob ameaça da Ucrânia. Isto é um padrão do presidente Putin e vamos enfrentá-lo. Temos a capacidade de nos defendermos, mas também precisamos de denunciar o que estamos a ver da parte de Putin."

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, lamentou a "retórica perigosa" de Putin por ter colocado as forças de dissuasão nuclear do país em alerta máximo. 

Este domingo, a Bielorrússia, país usado por Putin para a entrada de tropas russas na Ucrânia, está a votar num referendo que pode fazer com que deixe de ser um país não-nuclear. Caso o voto seja favorável à presença de armas nucleares em solo bielorrusso, será a primeira vez que o país as terá desde a queda da União Soviética.

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