A crise da liderança em Seoul piorou depois do parlamento ter votado para destituir o presidente interino, estando menos de duas semanas no cargo.
A 14 de dezembro o parlamento da Coreia do Sul suspendeu as funções do presidente Yoon Suk Yeol após este ter colocado o país sob lei marcial pela primeira vez em décadas, o que resultou na tomada de poder do primeiro-ministro Han Duck-soo. Mas o mandato de Han seria também de curta duração, uma vez que os deputados da oposição votaram, esta sexta-feira, a favor da sua destituição.
destituição Coreia do SulAhn Young-joon/AP
Esta medida prolonga a instabilidade política que tem afetado o país desde a invocação da lei marcial pelo presidente Yoon no início do mês, sendo a primeira vez que a Coreia do Sul destituiu um líder interino.
Isto significa que o país continua sem um líder eleito forte que possa assumir o comando do governo e das forças armadas de um dos mais importantes aliados de Washington, numa altura em que o país enfrenta ameaças nucleares da sua vizinha Coreia do Norte e desafios económicos internos. A moeda Won caiu como resultado da incerteza política, preocupando consumidores e investidores.
Um futuro incerto
A votação ocorreu sexta-feira depois de Han se ter recusado a nomear três juízes para preencher vagas no Supremo Tribunal, o órgão que decidirá se Yoon voltará ao cargo ou se será formalmente destituído. A destituição do presidente interino significa que o ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro, Choi Sang-Mok, irá assumir o cargo.
A questão que agora se coloca é se de facto Yoon será destituído pelo Tribunal. Para que isto aconteça, é necessário que seis ou mais juízes do Supremo Tribunal, constituído por nove membros, votem a favor desta decisão. Atualmente apenas seis lugares estão ocupados, depois de três se terem reformado no início do ano, o que significa que a decisão poderá ser anulada com uma votação contra.
O Supremo Tribunal tem até seis meses para decidir se Yoon poderá voltar a chefiar o governo ou se se afasta permanentemente. O julgamento começou sexta-feira mas o presidente não compareceu em tribunal. Yoon está também a ser investigado pelo Ministério Público por acusações de insurreição, o que poderá resultar na sua detenção.
A oposição tem acusado Han de ter ajudado Yoon na decisão da declaração da lei marcial a 3 de dezembro. Os deputados acusaram o presidente de ter perpetuado uma insurreição ao enviar tropas para a Assembleia Nacional para os impedir de votar contra a lei marcial e para os deter.
Se a decisão do Supremo Tribunal for a favor do presidente Yoon, este voltará ao poder. Caso contrário será destituído e o governo da Coreia do Sul terá 60 dias para eleger um novo sucessor.
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