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Presidente da Coreia do Sul deposto é detido

Lusa 15 de janeiro de 2025 às 07:11
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Yoon Suk-yeol disse que concordou submeter-se ao interrogatório para evitar "derramamento de sangue".

O Presidente deposto da Coreia do Sul foi esta quarta-feira detido, anunciaram as autoridades do país, quase um mês e meio após Yoon Suk-yeol ter declarado lei marcial.

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A equipa de investigação "executou um mandado de detenção contra o Presidente Yoon Suk-yeol hoje às 10h33 [01h33 em Lisboa]", declarou o Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO, na sigla em inglês), em comunicado.

Depois de umaprimeira tentativa falhada de deter Yoon, no início de janeiro, agentes do CIO e da polícia chegaram em grande número, antes de amanhecer, à residência presidencial, num bairro nobre de Seul, onde o antigo procurador permanece sem sair há semanas.

Yonhap via REUTERS

Numa mensagem de vídeo gravada antes de ser escoltado, Yoon disse que concordou submeter-se ao interrogatório para evitar "derramamento de sangue".

"Decidi responder ao Gabinete de Investigação de Corrupção", anunciou Yoon numa mensagem de vídeo, acrescentando que não reconhece a legalidade da investigação, mas que o fará "para evitar qualquer infeliz derramamento de sangue", afirmou na mensagem, gravada antes de as forças da ordem invadirem a residência presidencial esta manhã.

The Presidential Office/Handout via REUTERS

Yoon, que está a ser investigado por rebelião, na sequência da declaração de lei marcial a 3 de dezembro, é o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser detido.

Suspenso pelos deputados e objeto de investigação por rebelião, o líder conservador tem-se recusado desde o início a prestar declarações sobre a declaração de lei marcial, o que levou os procuradores a emitirem um mandado de detenção.

Yoon pode permanecer sob custódia policial durante 48 horas, ao abrigo do atual mandado. Os investigadores terão de solicitar um novo mandado para prolongar a detenção.

REUTERS/Kim Hong-Ji


Yoon surpreendeu o país em 03 de dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das "forças comunistas norte-coreanas" e de "eliminar elementos hostis ao Estado".

No entanto, a Assembleia Nacional (parlamento) frustrou os planos presidenciais ao votar a favor do levantamento do estado de emergência.

Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes pró-democracia, Yoon foi obrigado a revogar a decisão.

Em 03 de janeiro, os serviços de segurança presidencial, responsáveis pela proteção do chefe de Estado, bloquearam uma primeira tentativa do COI de executar o mandado de detenção. Na segunda incursão, hoje, as autoridades avisaram que deteriam qualquer pessoa que impedisse a detenção.

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