Declarações terão sido feitas numa reunião privada que acabou por ser captada por um jornal local. Governador já pediu a demissão dos profissionais.
O governador de Oklahoma pediu a renúncia de quatro membros da polícia da região, depois de o jornal localMcCurtain Gazette-Newstornar públicas gravaçõesonde os profissionais são alegadamente ouvidos a ameaçar de morte dois jornalistas e a afirmar que gostariam de poder voltar aos tempos em que se "enforcavam" negros.
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Nas gravações, de acordo com a AP e divulgadas no passado fim-de-semana, são ouvidas conversas entre o comandante do condado de McCurtain, Kevin Clardy, a capitã Alicia Manning, o comissário Mark Jennings e o diretor de uma prisão Larry Hendrix.
Os áudios terão sido captados no dia 6 de março, depois de o jornalista Bruce Willingham ter deixado um gravador na sala do comandante Kevin Clardy após uma reunião do Conselho de Comissários. O repórter justifica a ação dizendo que considerava que o grupo "continuava a negociar questões relevantes ao condado" depois dos encontros.
As desavenças entre os jornalistas e as autoridades terão começado depois de um dos repórteres ter entrado com uma ação contra a polícia por difamação e violação de direitos civis. Agora, nas gravações, a capitã Alicia Manning é ouvida a dizer que teme as suas ações caso tenha de se aproximar da redação doMcCurtain Gazette-News.
"Eu não estou preocupada com o que eles querem fazer comigo. Eu estou preocupada com o que eu posso fazer com eles. O meu pai tinha-os chicoteado no rabo, levavam uma tareia e depois eram usados como papel higiénico", terá assegurado, dizendo que o progenitor uma vez ameaçou os jornalistas de morte.
Depois a conversa desenrolou entre os quatro, que foram atirando frases como "eu conheço dois buracos profundos se precisarmos deles", "eu conheço um ou dois pistoleiros" ou "eu tenho uma retroescavadora".
A conversa terá então mudado de tema e, num dos momentos, os oficias são ouvidos a falar sobre a comunidade afro-americana.
"Se fosse como antigamente, como quando o Alan Marshton pegava num maldito negro, gritava com ele e atirava-o para fora da cela? Eu concorreria ao cargo de xerife (…) Era levá-los para Mud Creek e pendurá-los numa maldita corda. Mas agora não podemos fazer isso, eles têm mais direitos que nós", disse Mark Jennings.
On secretly recorded audio first reported by the McCurtain Gazette-News, GOP McCurtain County, Okla. officials — including the sheriff — talk about hiring hitmen to assassinate local journalists and complain that Black people now have the right to not be lynched. pic.twitter.com/N8XKNwpgqW
Apesar das revelações, os jornalistas poderão ainda ser acusados de ter incorrido num crime. O jornalMcCurtain Gazette-Newsassegura que as captações não são ilícitas e que se encontram a ser acompanhados por uma equipa de advogados. Já o gabinete de Kevin Clardy esclareceu, em comunicado, que as mesmas são ilícitas e foram "alteradas" pelo que foi aberta uma investigação.
Até ao momento, nenhum órgão de comunicação norte-americano – para além doMcCurtain Gazette-News– atestou a veracidade dos áudios. O caso foi entregue à Procuradoria-Geral de Oklahoma e provavelmente já estará nas mãos do FBI que, até ao momento, não confirmou se tem alguma investigação em andamento.
Em comunicado, o governador do estado Kevin Stitt disse ter ficado "chocado e desanimado" depois de ouvir "os comentários horríveis feitos pelas autoridades do condado". Assim, o governador e a associação dos Xerifes de Oklahoma já pediram a demissão dos quatro elementos, algo que Mark Jennings já fez. Numa carta, indicou que a demissão "tem efeitos imediatos".
"Simplesmente não há lugar para tal retórica odiosa no estado de Oklahoma, especialmente vinda daqueles que servem para representar a comunidade através dos seus cargos".
Perante as revelações, esta segunda-feira, centenas de pessoas reuniram-se para protestar em frente ao tribunal de McCurtain.
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