Tsahi foi filmado pelo Hamas enquanto era levado como refém, Or escondeu-se num abrigo, mas acabou apanhado e Ofer foi levado juntamente com os seus dois filhos, que acabaram por ser libertados. Todos encontram-se em cativeiro há 15 meses.
Trinta e três reféns, incluindo um de nacionalidade portuguesa e dois com ligações a Portugal, serão libertados pelo Hamas. Inicia-se hoje aprimeira fase do acordo de cessar-fogocom Israel, sendo libertados três reféns. Ainda não se sabe quando serão libertados os três reféns com ligações a Portugal. Or Levy, Ofer Calderon e Tsahi Idan têm entre 30 e 50 anos e ligações ao território português. Todos foram rapatados durante o ataque do Hamas ao sul de Israel a 7 de outubro de 2023 e estavam com as suas famílias.
Tsahi Idan
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Tsahi Isan, de 50 anos, foi levado da sua casa, em Kibutz Nahal Oz, pelo Hamas, a 7 de outubro, depois da sua filha mais velha, Maayan, de 18 anos, ter sido morta a tiro.
A família de cinco pessoas, que ouviu os terroristas a entrar na sua casa, correu para um dos quartos e manteve a porta trancada, enquanto nas ruas soavam as sirenes e continuava a cair uma "ronda interminável de mísseis", disse ao Canal 13 Gali Idan, a mulher de Tsahi.
Nesse mesmo dia, elementos do Hamas gritaram em inglês: "Abram a porta". Depois disso, dispararam contra a porta e Gali percebeu que Maayan havia sido baleada, acabando por cair nos braços de Tsahi.
Quando Tsahi se apercebeu que Maayan morreu, deixou a porta abrir-se sozinha e ficou incrédulo, descreveu Gali mais tarde numa entrevista no Canal 13. Os seus dois filhos mais novos só conseguiam chorar e gritar, mas Gali conseguiu controlar-se. "Estava em modo automático. Tinha que proteger os meus outros dois filhos e Tsahi estava arrasado."
O que Gali não sabia era que os terroristas estavam a filmar todo o ataque à sua família. No vídeo, era possível ver as duas crianças mais novas a perguntarem se os membros do Hamas os estavam a matar, refere o Times os Israel. Já Gali disse: "Tsahi não digas uma única palavra".
O grupo de terroristas acabou por pedir à família para abandonar o quarto. Levaram Tsahi, mas a filha mais nova, Yeal, pediu para que não o levassem nem o matassem. "Eles viraram-se e disseram: ‘Ele vai voltar, ele vai voltar’", relembrou Gali. "Eles prometeram a Yeal que ele voltaria."
Or Levy
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Era outubro de 2023, e Almog Levy, de 2 anos, perguntava pelo pai e a mãe. Ninguém sabia o que dizer.
Or e Eynav Levy faziam tudo juntos. Tinham sempre uma tenda no carro para as viagens de última hora, e em outubro desse mesmo ano tinham até feito uma viagem de família à Tailândia. Depois, seguiram de carro até ao festival Supernova, em Israel. Chegaram apenas minutos antes de o Hamas ter lançado um dos massacres mais mortíferos da história do país.
Ns últimos minutos do casal juntos, Eynav mandou uma mensagem para a mãe, que tomava conta de Almog, onde dizia que estava a chegar ao local do festival. Logo a seguir, Or mandou uma mensagem para a sua mãe a dizer que eles iam voltar para casa. "Cuidado, liga-me quando puderes", respondeu a mãe de Or.
Eram 6h51 da manhã quando as sirenes começaram a soar e os foguetes do Hamas a sobrevoar o deserto israelita. Or voltou a ligar às 7h39 para dizer que estava escondido num abrigo antiaéreo. "Mãe, nem queiras saber." Depois, o serviço telefónico foi cortado.
A morte de Eynav, de 32 anos, foi prontamente declarada. Já Or Levy, de 34 anos, foi encontrado dentro de um abrigo, raptado e feito refém.
"Como é que se pode dizer a um menino de 2 anos que ele não verá mais a sua mãe?" questionou o irmão mais velho de Or, Michael Levy, em declarações ao Times of Israel.
Presa entre o desgosto e a esperança, a família de Or esperou mais de um ano para que o até agora refém regressasse a casa vivo. Hoje, parece que as suas preces foram ouvidas.
Fotografias de tempos mais felizes, obtidas pelo Times of Israel, mostram o casal radiante na praia e em cafés. "Está sempre a sorrir, sempre feliz, não apenas nas fotos", disse Michael Levy, de 40, que define o seu irmão como um génio que partiria coisas para as poder consertar.
Or, que aprendeu sozinho a fazer programação de computadores e que fazia parte de um startup de sucesso, sonhava em poder aumentar a família.
Ofer Calderon
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Ofer Calderon, de 54 anos, foi feito prisioneiro juntamente com os seus dois filhos Erez e Sahar, quando o Hamas invadiu o kibutz Nir Oz e matou mais de uma centena de residentes, 15 trabalhadores agrícolas estrangeiros e fez cerca de 80 reféns.
Ofer ainda conseguiu escapar pela janela do abrigo, juntamente com dois dos seus quatro filhos, mas acabaram por ser capturados pelo Hamas, que à altura fazia reféns nos campos do kibutz.
Hadas Calderib, a ex-mulher de Ofer, conseguiu salvar-se. Estava no quarto a segurar a maçaneta da porta no momento em que os terroristas invadiram a aldeia. O mesmo aconteceu com o filho mais velho, de 19 anos, que também conseguiu sobreviver ao ataque. Também ele ficou no seu quarto. Gaya, a filha mais velha de 21 anos, estava em Telavive.
"O meu pai foi quem me criou. Ele era o meu melhor amigo. Não tenho ninguém com quem conversar", lamentou, na altura, Gaya Calderon durante uma entrevista aos vários meios de comunicação sociais.
Já a avó, Carmela Dan, estava na sua casa, que ficava ao fim da rua, com a sua neta e sobrinha de Hadas Calderon, Noya Dan. Os seus corpos só foram encontrados alguns dias mais tarde, a 19 de outubro.
Sarah Calderon, de 16 anos, e Erez Calderon, de 12, acabaram por ser libertados a 27 de novembro de 2023 como parte do acordo de cessar-fogo temporário intermediado pelo Qatar e os Estados Unidos. Contudo, Ofer permaneceu preso em Gaza. "Sabemos por todos os reféns que regressaram e estavam com ele em cativeiro que ele os ajudou muito e os ajudou a manter o otimismo", anunciava Gaya.
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