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Milícias do Rio de Janeiro incendeiam mais de 35 autocarros após assassinato de líder

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 24 de outubro de 2023 às 11:22
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O governador do estado do Rio de Janeiro prometeu manter uma "luta dura 24 horas por dia, sete dias por semana" contra o crime.

Um tiroteio na comunidade Três Pontes, Rio de Janeiro, levou à morte de um dos cabecilhas de milícias militares brasileiras que poucas horas depois já estavam prontas para retaliar. Na sua resposta os grupos paramilitares incendiaram pelo menos 36 autocarros e um comboio.

Os ataques concentraram-se na parte oeste da cidade e levaram oCentro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiroa decretar Estágio de Mobilização, o segundo mais grave numa escala de cinco níveis, alertando para ocorrências que "já impactam o município, afetando a rotina de parte da população".

Os autocarros foram intercetados por homens armados e incendiados, várias imagens partilhadas nas redes sociais demonstram civis a tentarem sair dos autocarros.

De acordo com as autoridades locais o ataque obrigou várias empresas a suspenderem a circulação dos seus autocarros, incluindo o sistema de transportes públicos e várias vias da cidade tiveram de ser encerradas. Em pelo menos 45 escolas as aulas também foram suspensas até que sejam garantidas as condições de segurança.

Cláudio Castro, governador do estado do Rio de Janeiro, prometeu contra-atacar o crime organizado após os incidentes que classificou como "atos terroristas". Na conferência de imprensa dada na passada madrugada Cláudio Castro avançou que já foram detidos doze pessoas relacionadas com os ataques e prometeu que o estado vai manter uma "luta dura 24 horas por dia, sete dias por semana" contra o crime.

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Este tipo de milícias surgiram no Brasil com o objetivo de combater os traficantes de droga nas favelas, cobrando taxas aos habitantes pela prestação de serviços como transporte, colocação de tubos de gás ou até acesso à internet e á televisão por cabo. No entanto acabaram por se tornar distribuidores de drogas nos bairros que controlam.

Segundo a Polícia Militar o ataque surgiu como retaliação à morte de Mathes da Silva Rezende, 24 anos, durante um tiroteio com as autoridades. Matheus era um importante líder de uma milícia e sobrinho do principal líder de todas as organizações para militares no Rio de Janeiro, Luis Antonio da Silva Braga.

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