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Matheus confrontou quem delatou e torturou os seus pais no Brasil

Leonor Riso
Leonor Riso 28 de outubro de 2018 às 08:00

"É com um pedido de desculpas, de perdão, que se constrói uma nação depois de governo ditatorial", mas esse nunca aconteceu. O lamento é de Matheus Leitão, autor de Em Nome dos Pais.

Não é fácil para um filho manter a compostura frente a um homem que torturou a mãe – que em 1972 foi colocada nua e grávida dentro de uma cela com uma jibóia, tendo de se manter imóvel. Ou ouvir a pessoa que, ao denunciar os seus pais, os transformou em presos políticos durante a ditadura militar noBrasil. Mas Matheus Leitão fê-lo, para compreender o passado e a história da sua família, e acabou portador de um pedido de perdão. Jornalista e filho de jornalistas – de Marcelo Netto e de Míriam Leitão -, é o autor do livro Em Nome dos Pais, publicado no Brasil em 2017 e adaptado para uma série da HBO a estrear. Em dia de eleições, defende que no Brasil ainda não pensaram o suficiente sobre a ditadura, e lamenta que as Forças Armadas – apesar do seu valor – nunca tenham pedido desculpas por "prender, torturar, matar e ocultar cadáveres de presos políticos".

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